Um crime de homicídio qualificado por motivo fútil ocorreu na zona rural do município de Guajará-Mirim - RO, na madrugada do último sábado, 15. Érick Cuellar Cayami, de 37 anos, de nacionalidade boliviana, foi encontrado morto com múltiplos cortes na cabeça, supostamente causados por uma foice. O principal suspeito, Hugo G. P., de 22 anos, também boliviano e auxiliar de serviços gerais, confessou ter cometido o crime.
A ocorrência teve início por volta das 23h de sexta-feira, 14, no sítio São Freijo, Ramal Cachoeirinha, Km 70, em uma área rural de Guajará-Mirim. Segundo o Boletim de Ocorrência, o crime ocorreu após um desentendimento que escalou para violência.
A briga
O Jornal O MAMORÉ apurou que a vítima Érick Cuellar Cayami e o acusado, Hugo, estavam entre as pessoas contratadas pelo proprietário da propriedade, para realizar trabalhos braçais de roço no sítio. A equipe incluía também uma mulher e mais dois homens, contratados há três dias.
Na noite de sexta-feira,, por volta das 18h, após o expediente de trabalho, Érick e Hugo foram a uma mercearia próxima e adquiriram bebidas alcoólicas, fazendo uso "deliberado". Por volta das 23h, Hugo atentou contra a intimidade da mulher que estava no local e, ao ser desprezado, atacou-a fisicamente, inclusive no rosto, causando um hematoma.
Um dos trabalhadores interveio, afastando Hugo com um pontapé, o que teria enfurecido o agressor. Vendo seu compatriota fora de controle, Érick Cuellar o abraçou e ordenou que a mulher e os outros dois fugissem. Os três fugiram pela mata, percorrendo cerca de 500 metros para avisar o patrão sobre a briga.
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Corpo da vítima e confissão
O proprietário de 75 anos dirigiu-se sozinho ao barracão instalado na fundiária do sítio na madrugada do dia 15. De uma distância razoável, ele notou uma pessoa caída ao solo, mas não teve certeza de que um de seus contratados estava morto. Posteriormente chamou um policial civil que estava na área para verificar o ocorrido.
O agente de Polícia Civil constatou o óbito de Érick Cuellar Cayami, morte violenta com diversos cortes na cabeça. Ao se retirarem do local para conseguir rede de internet e chamar a equipe, o policial civil visualizou Hugo G. P. andando na estrada. O agente realizou a prisão de Hugo e acionou policiais civis.
Em depoimento, Hugo confessou ter matado o compatriota a golpes de foice. Ele alegou que Érick o teria agredido a socos e pontapés, mas a equipe policial não verificou marcas de defesa no corpo de Hugo nem evidências que pudessem ratificar um estado de necessidade ou legítima defesa.
A cena do crime apresentava respingos de sangue, semelhantes a arrasto de material perfurocortante, indicando que Hugo teria limpado a foice na mata. Observaram-se também cortes no antebraço de Érick, indicativos de uma posição de defesa. A vítima teve parte da orelha decepada e um grande golpe na cabeça, sugerindo que foi atingida em pé ou sentada. No chão, próximo ao corpo, havia sinais de arrastos, possivelmente indicando os últimos momentos de vida da vítima.
Procedimentos
A foice, descrita como um "objeto contundente" e "arma branca", foi apreendida no local e entregue à Polícia Técnico-Científica - POLITEC. O corpo da vítima foi removido para a realziação da necropisia.
Todos os envolvidos, incluindo os policiais foram interrogados para a instalação do Inquérito Policial - IPL.
Fonte: O MAMORÉ