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Audiência foi feita na Câmara de Vereadores da cidade |
A mesa que presidiu a reunião foi composta por parlamentares,
representantes dos órgãos municipais e estaduais de saúde, além de
membros de entidades e instituições filantrópicas. O salão ficou lotado
com profissionais da saúde e pela comunidade, que tiveram oportunidade
de fazer questionamentos sobre o hospital.
Vários problemas relativos à saúde no município foram abordados, mas o
principal deles foi interdição do Hospital Regional Perpétuo Socorro,
ocorrida há cerca de duas semanas pela Justiça do Trabalho. O prédio foi
interditado depois de uma inspeção, por más condições na unidade, falta
de condição de trabalho para os servidores e de materiais hospitalares.
Interdição
A interdição do hospital foi feita pelo juiz titular da Vara do Trabalho, Carlos Antônio Chagas Júnior, que determinou também que todos os pacientes internados fossem transferidos para um hospital particular do município, sem que os salários e os empregos dos servidores fossem prejudicados.
Interdição
A interdição do hospital foi feita pelo juiz titular da Vara do Trabalho, Carlos Antônio Chagas Júnior, que determinou também que todos os pacientes internados fossem transferidos para um hospital particular do município, sem que os salários e os empregos dos servidores fossem prejudicados.
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Pacientes precisaram ser transferidos após interdição (Foto: TRT/Divulgação) |
Se a decisão judicial não fosse cumprida até o último dia 26 de agosto,
município e estado receberiam multa de R$ 50 mil por dia. Segundo a
determinação do juiz, a administração municipal e estadual devem
fornecer obrigatoriamente saúde pública à população, sob crime de
responsabilidade, tendo ainda responsabilidade pessoal e solidária dos
agentes públicos.
Durante a inspeção no hospital em agosto, foi constatado pacientes
internados em péssimas condições, carrinhos enferrujados, teias de
aranha e mofo nas paredes e teto. No laboratório também foi constatado
insetos, mofo, armazenamento irregular de produtos, janelas tampadas com
papelão, piso quebrado, entre outros problemas.
Em audiência antes da inspeção, o prefeito Dúlcio da Silva Mendes,
alegou que os recursos financeiros repassados ao município não são
suficientes para cobrir a demanda de serviços. Segundo ele, a saúde
recebe apenas R$ 315 mil da União, valor insuficiente para gerir os
atendimentos da unidade.
Nova interdição
Cerca de uma semana após a primeira interdição, a unidade teve uma nova interdição, dessa vez da clínica médica e cirúrgica, por descumprimento do prazo de transferência dos serviços. Na ocasião, toda a diretoria do Hospital Regional foi destituída pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Nova interdição
Cerca de uma semana após a primeira interdição, a unidade teve uma nova interdição, dessa vez da clínica médica e cirúrgica, por descumprimento do prazo de transferência dos serviços. Na ocasião, toda a diretoria do Hospital Regional foi destituída pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Além das interdições da unidade, outros graves problemas da saúde foram
levantados e debatidos durante a audiência, um deles foi sobre a falta
de médicos especialistas na região fronteiriça, o que acaba
sobrecarregando os hospitais da capital devido ao grande número de
encaminhamentos de pacientes que poderiam receber o tratamento no
próprio município.
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Cerca de 100 pessoas participaram da audiência, em Guajará |
A dona de casa Kelciane Choma Paiva, de 27 anos, foi uma das
representantes da comunidade que pediu para falar na tribuna, por quatro
minutos, tempo estipulado para quem desejasse se pronunciar. Ela disse que espera melhorias na saúde e que um "caos" foi instalado com os problemas que existem.
"Socorro! Esse é o nosso grito, socorro. Não sabemos mais a quem
recorrer. As autoridades, o estado e nossos políticos precisam olhar
para nós, pois estamos afundados na lama. Vivemos sem a certeza de ter
um hospital, estamos no meio de um inferno, um verdadeiro caos, não
aguentamos mais", desabafou a mulher.
Os servidores do Hospital Regional protestaram com faixas, contra a
terceirização dos serviços hospitalares e pediram melhores condições de
trabalho. Até o fechamento desta reportagem, a audiência não havia sido
encerrada e a previsão é que se estendesse até o final da tarde.
No próximo dia 5 haverá uma reunião que irá decidir a situação do
Hospital Regional Perpétuo Socorro, onde irão participar a Justiça do
Trabalho, Ministério Público Estadual, representantes do governo do
estado, prefeitura e órgãos municipais e estaduais de saúde.
Fonte: G1.