Por Fábio Marques
A situação limite em que se
encontra o regime de Saúde pública em Guajará-Mirim, acabou levando a
Justiça a decretar falência do sistema na última semana. Lacrado por
prescrição judicial, o Hospital Regional hoje é o retrato acabado do
abandono e descaso com a Saúde Municipal.
Os descalabros no sistema
de Saúde da cidade arrastam-se desde 2010. Hoje, a incontida inquietação
com a agonizante situação da Saúde de Guajará-Mirim é notícia em todo o
Estado. Uma vergonha não somente para aqueles que manejam a máquina
pública, mas também para todos os cidadãos.
Com transmissão através
dos sites de notícias da cidade, as evasivas dadas pela responsável
pela pasta de Saúde, uma dublê de pedagoga e coringa funcional, em nada
ajudaram a melhorar o estado de coisas. A crise que assola o abalado
sistema de Saúde de Guajará-Mirim é produto de uma variação de fatores,
desde a falta de controle por parte de seus gestores até ao abandono da
causa já dada como perdida.
Neste qüiproquó, também tem gente
pegando carona no teatro que nos propicia nestes últimos dias, a peleja
entre os poderes à nível nacional. É de todos sabido que o Poder
Judiciário não pode se imiscuir na autonomia dos poderes Executivo e
Legislativo, sob pena de ferir o princípio da separação dos poderes. Mas
na contramão, tirante o debate acerca do mérito da administração , se
está ótima ou péssima, atuante ou inoperante, possui sim a Justiça, o
poder de apurar se ocorreu atos ilegais na atuação dos gestores , mesmo
que realizem seus trabalhos no suposto interesse público. Ora, prefeito e
secretários não podem agir como bem entender, mas sim em estrita
observância aos parâmetros que regulam as condutas no exercício de seus
ofícios.
Também é sabido que os recursos da Saúde destinam-se a
custear a prestação de serviços de emergência e incremento em ações da
medicina preventiva, saneamento básico, educação sanitária, imunização
de doenças e às melhorias nas condições de higiene. Segundo palavras da
Secretária de Saúde, a causa principal da terminal situação é a
insuficiência destes recursos. Em reunião há duas semanas, prefeito,
secretários e governo do Estado no Palácio Pérola, a Secretária adjunta
de Saúde Estadual afirmou que recursos não faltaram. E mais: ressaltou
que sobraram sim, falta de organização para trabalhar estes recursos.
Faltaram administração e controle por parte da gerência de Saúde Pública
de Guajará-Mirim.
Eis a sinuca-de-bico: enquanto o Executivo
Municipal reclama o aporte de recursos para sanear as mazelas no setor
de Saúde, o Estado rebate que não valeria a pena conceder novos recursos
com um sistema que depreda com tamanha falta de responsabilidade os
recursos que lhe destinam.
O sistema de Saúde em todo o Brasil é
tripartite, ou seja, compete às três esferas de poderes. Em relação às
obrigações, os convênios que assinam estados e municípios é apenas um
ajuste de conduta entre as instituições públicas que detém
responsabilidades em pé de igualdade. Embora interligadas, não existe
hierarquia entre as instituições, mas sim obrigações em forma de
cooperação. Está faltando às instituições empenho no sentido de
reorganizar o sistema a fim de depurar as coisas que ocorrem de errado
no setor.
Quem sabe assim, estas esferas consigam maior eficiência
nas políticas sociais que alcancem avanços para a Saúde de
Guajará-Mirim.
Coluna Almanaque - O CAOS NA SAÚDE DE GUAJARÁ
Por Fábio Marques
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setembro 01, 2016
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