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Reforma do cômodo foi realizada com mão de obra voluntária.
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Após sofrer duas intervenções da
Justiça há cerca de dois meses, a administração do Hospital Regional Perpétuo
Socorro de Guajará-Mirim (RO), situado a 330 quilômetros de Porto Velho, passou
a ser exercida pelo estado, e não mais pelo município, pelo prazo temporário de
120 dias, conforme ordem judicial. Após 45 dias, a unidade apresenta melhoras
na infraestrutura, uma delas é a cozinha, que foi interditada em outubro de
2013 pela Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), por condições
precárias. O local foi totalmente reformado e já está liberado para
funcionamento desde o último dia 27.
A reforma do cômodo foi realizada
com mão de obra voluntária, doações de materiais da comunidade e dos próprios
servidores, que realizaram um arraial para arrecadar recursos financeiros, em
parceria com uma associação beneficente do município. Durante o período de
desativação, a cozinha chegou a funcionar em escolas, igrejas e prédios
alugados.
Segundo a direção temporária do
hospital, o centro cirúrgico que estava interditado pela Agevisa foi reformado
e depende apenas da liberação do órgão para poder realizar cirurgias de
emergência.
A pediatria e a clínica médica já
estão em condições de receber os pacientes, mas ainda não estão sendo usadas
devido a falta de alimentos para os pacientes. Outras mudanças também
aconteceram no aspecto de limpeza e o no controle de animais que colocam em
risco a saúde dos pacientes e funcionários, como pombos, morcegos, ratos,
baratas, cupins e insetos.
No dia 5 de novembro, o hospital
passou por uma inspeção judicial do Promotor de Justiça do Ministério Público
do Estado de Rondônia (MP-RO) Samuel Alvarenga e do Juiz de Direito do Tribunal
de Justiça (TJ) Paulo José do Nascimento Fabrício, onde ambos constataram que a
parte física da unidade havia apresentado melhoras, principalmente no aspecto
de limpeza.
“Determinamos que a partir do dia
15 setembro uma equipe do estado viesse para fazer os aprontamentos. Hoje posso
afirmar que o hospital é outro, pois estamos reformulando a estrutura física do
prédio. Verificamos que as pessoas estão trabalhando com mais ânimo. Para
podermos implementar a volta do atendimento clínico, só falta finalizar a
cozinha. Em mais 15 ou 20 dias temos a previsão de atendermos nossa população”,
disse o magistrado após a vistoria no início do mês.
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Cozinha está pronta, mas sem o serviço de nutrição, pois os alimentos não foram disponibilizados pelo município |
O médico administrador temporário
do hospital, Ernesto Duran Neto, disse que a previsão é que ainda nesta semana
a prefeitura disponibilize os alimentos para os pacientes e a cozinha volte a
funcionar normalmente. Segundo ele, a parte física do prédio sofreu uma grande
mudança, o que garante uma melhoria no atendimento à população.
“A cozinha já está pronta, mas
sem o serviço de nutrição não posso usá-la ainda, porque seria um tiro no próprio
pé. Assim que os alimentos forem disponibilizados pelo município, a cozinha
será oficialmente reativada para preparar as refeições dos pacientes. Enquanto
isso, a clínica médica e a pediatria ainda estão funcionando de forma
terceirizada, no Hospital Bom Pastor, mas até o final da semana devem voltar
para o Hospital Regional, como deveria ser”, declarou Duran.
O gestor explicou ainda, que na
unidade existem duas salas para o centro cirúrgico, sendo que uma delas já está
pronta e depende só da liberação da Agevisa para realizar cirurgias de
emergência no município. Já a segunda sala, está em fase de acabamento. Por
enquanto, os pacientes que necessitam de cirurgias eletivas estão sendo
encaminhados para o hospital do Distrito de Extrema, a 300 quilômetros da
capital.
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Centro cirúrgico está apto para fazer cirurgias, mas aguarda a liberação da Agevisa |
“O centro cirúrgico já está apto
para fazer cirurgias, mas estamos aguardando a liberação do órgão responsável,
que no caso é a Agevisa. Outro problema é a falta de profissionais, pois
atualmente temos cinco cirurgiões e dois anestesistas, sendo que o ideal é ter
no mínimo sete para cada função. A prioridade é voltar a fazer cirurgias
eletivas no próprio município e contratar mais médicos e anestesistas para
suprir a demanda de pacientes”, diz.
Por determinação da Justiça, a
equipe gestora do estado iniciou a intervenção na unidade no último dia 15 de
setembro e tem o prazo de 120 dias para administrar o prédio. O prazo judicial
encerra em janeiro de 2017. Até lá novas inspeções judiciais conjuntas devem
ser realizadas no Hospital Regional para acompanhar os trabalhos que estão
sendo realizados.
Fonte: G1.