O anúncio da desativação
da Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue em Guajará-Mirim foi realizado no
início da tarde desta terça-feira (01) pelo coordenador administrativo da Fundação
de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Rondônia (Fhemeron).
Durante a acalentada reunião
onde estiveram presente os servidores lotados na Unidade, dois representantes
da Fhemeron, sete vereadores, presidente do Conselho Municipal de Saúde, Marcos
Roberto da Silva, e alguns membros da comunidade. O coordenador administrativo,
Gilberto Alves, anunciou a parcial desativação da Unidade de Coleta e
Transfusão de Sangue, que passará a ser uma agência de coleta, onde parte dos 42
servidores lotados permanecerão apenas 18 na Unidade e os demais 24 servidores
serão entregues (à disposição) a Secretaria de Estado da Saúde. De acordo com o
mesmo a coleta de cada bolsa de sangue coleta em Guajará-Mirim tem um custo de R$ 1.699,00 para a Fhemeron.
Alegou que as despesas serão cortadas, afirmando que por decisão do presidente
da Fhemeron, Dr. Orlando Ramires, representante da Secretaria de Estado da
Saúde do Estado e do governador Confúcio Moura, a Unidade terá coleta externa,
porém programada onde virá funcionários de Porto Velho ganhando diárias para
realizar a coleta programada.
A escala dos 18
servidores e a lotação dos demais não foi definida, ficando prevista para
quinta-feira (03) a chegada de uma servidora da Sesau para realizar a lotação.
O coordenador alega que
a abaixa coleta de 26 a 30 bolsas mensais não são suficientes o que determina o
Ministério da Saúde de 60 bolsas mensais, conforme anunciando. Mas para a enfermeira
Cleonice Ferraz de Lima, é preciso diferenciar a região nordeste, sudeste e
demais da região norte. “Aqui na região norte, somos diferentes, temos um alto
índice de hepatite e problemas atípicos. É preciso uma política diferencia para
a região a Norte”, alegou durante a reunião.
O vereador eleito Adanildson
Sicsú (PSB), disse que a notícia apresentada pelo coordenador não agradava os
servidores e nem a população guajaramirense, que esperava uma boa notícia e não
uma negativa. “É inadmissível, querem tirar o pouco que temos em Guajará-Mirim,
o Hospital Regional voltará a funcionar a todo vapor e com a pouca quantidade
de sangue pode prejudicar e perdemos vidas”, salientou insatisfeito com a
decisão o vereador Sicsú.
Para o presidente do Conselho Municipal, Marcos Roberto, a decisão deveria ter sido comunicada para as autoridades e sociedade. Afirmou que o Conselho Estadual da Saúde estará somando forças. |
A secretária municipal, Sâmia
Melgar, participou do início da reunião, realizou algumas indagações e disse
entender que Gilberto Alves foi escolhido como o porta voz de uma péssima
decisão. A secretária deixou a reunião e seguiu para o prédio da Promotoria
Pública onde comunicou ao Poder Público sobre a decisão tomada pelo Governo do
Estado em paralisar parcialmente as atividades da Unidade de Coleta.
Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue
Fundada há 19 anos em
Guajará-Mirim, durante o decorrer do ano a entidade cresceu suas funções no
município, saindo de uma sala existente na antiga Maternidade Municipal, com a
instalação do prédio em frente à Câmara de Vereadores, o número de funcionários
e de bolsas coletadas cresceu. Atualmente a Unidade tem em torno de 10.000 pessoas
cadastradas, o horário de funcionamento da Unidade também por ordem da Fhemeron
reduziu de segunda, terça e quarta-feira de 7h até às 13h, e na quinta-feira de
7h até às 10h, a amostra coletada durante a semana é encaminhada para Porto
Velho na quinta-feira depois das 10h. Para uma servidora, disse a reportagem do O Mamoré que preferiu não se
identificar, nem todo doador consegue comparecer no horário de funcionamento,
além do mais a coleta externa foram cortadas devido a contenção de despesas. “Acabamos
ficando ociosos com o horário que ficou vago, queremos trabalhar, mas recebemos
ordens. Esta redução justifica o baixo número de coleta mensal”, denunciou.
Mudança na decisão
O deputado estadual e
membro da Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa, Dr. Neidson Soares, ao
tomar conhecimento da decisão na manhã desta terça-feira (01) buscou o
presidente do Fhemeron, Dr. Orlando Ramires e representantes da Secretaria de Estado
da Saúde. O parlamentar disse que foi recebido pelo Chefe da Casa Civil, Emerson Castro, que lhe foi repassado a missão de reivindicar
junto ao governador Confúcio Moura de mudar a decisão da Fhemeron, para continuar em pleno funcionamento a Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue
em Guajará-Mirim.
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O deputado Neidson (c) buscou pela manhã o presidente da Fhemeron, Dr. Orlando Ramires (e). |
O deputado disse que não
desistirá de lutar pela continuidade da Unidade no município. Os vereadores
eleitos: Sicsú, Davino Serrath, Raimundo Barroso, Isaac Carrerinha e os
vereadores: Sérgio Bouez, José Cleber e Arão, afirmaram que na próxima
quinta-feira (03) estarão reunidos com o governador na tentativa de mudar a
decisão tomada que não somente pegou os servidores de surpresa, mas autoridades
estaduais, municipais e a população guajaramirense.
Se a coleta de bolsas de
sangue tiver um aumento no número mensal poderá também justificar a permanência
do funcionamento da Unidade, por este motivo, servidores e a coordenação da
Unidade convidam a comunidade para se sensibilizar e buscar a instituição a fim
de doar sangue e somar forças.
Fonte: O MAMORÉ.