A Unidade de Reserva Extrativista (Resex) Estadual Rio
Cautário, que tem 146 mil hectares e abrange os
municípios de Costa Marques,
São Francisco do Guaporé e Guajará-Mirim, é a primeira unidade do estado de
Rondônia a ser contemplada um projeto de Conservação de uso Sustentável, que
irá garantir aos extrativistas boas práticas, tecnologias e comercialização da
castanha-do-Brasil no mercado nacional. Segundo o diretor da Unidade
Conservação de Uso Sustentável da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental
(Sedam), Jorge Lourenço da Silva, o projeto atende cerca de 100 famílias de
extrativistas de seis comunidades que passarão a ter uma renda maior, pois
deixarão de comercializar o produto para os atravessadores.Jorge Lourenço explica que o projeto desenvolvido pelo governo do estado, por meio da Sedam, envolve vários parceiros diretos e indiretos, entre eles o Pacto das Águas, que possibilitou o recebimento de U$ 85 mil de recurso Florestal Americano, que foram destinados a construção de três barracões para armazenar a castanha e ainda investir na aquisição de equipamentos, tecnologias e cursos de qualificação para os extrativistas. “O projeto dará condições ao extrativista fazer a colheita da castanha, sem precisar entregar o produto ao atravessador a um preço baixo”, afirmou o diretor da unidade.
Antes do projeto, o extrativista vendia para o atravessador
toda a produção a um preço bem abaixo de mercado para os atravessadores,
geralmente toda a castanha produzida na região eram levadas para a Bolívia, sem
nota fiscal gerando prejuízos para o estado de Rondônia. Com a legalização da
Resex, tudo isso irá mudar, a castanha será comercializada no Brasil a um preço
justo e gerando renda e desenvolvimento para o estado. O projeto prevê coleta
de 200 toneladas de castanha-do-Brasil do ano.
O engenheiro agrônomo da Sedam Celso Franco Damaceno explica
que a Resex também conta com Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)
que trabalha a recuperação de áreas degradadas, onde são plantadas mudas de
árvores nativas da região. “Esse programa tem por objetivo trabalhar o
engajamento do interno”, acrescentou. A gerente da Reserva Extrativista,
Auxiliadora Ferreira, disse que a Resex é a única unidade extrativista do
estado a ter plano de manejo aprovado. “O projeto foi desenvolvido por uma
empresa aqui mesmo de Rondônia, destacando o potencial do estado na aprovação e
desenvolvimento do trabalho, que representa muito para a economia, como também
para preservação do meio ambiente”, destacou Auxiliadora.
O projeto prevê também a classificação da castanha, quanto
melhor o produto mais valor agregado e com a certificação, 3% de tudo que for
comercializado volta para a Unidade de Reserva Extrativista Estadual fazer
novos investimentos. A meta dos profissionais que atuam na Unidade Conservação
de Uso Sustentável da Sedam é o mercado internacional, inclusive vários países
estão interessados em comprar a castanha-do-Brasil, produzida em Rondônia.
Fonte: DECOM.