Pastoral Indigenista da Diocese de Guajará-Mirim repudia violência no município

A Pastoral Indigenista manifesta seu repúdio a atitudes de extrema violência, ocorridas nos dois últimos dias de dezembro passado na cidade Pérola, e que resultaram na morte de duas pessoas.
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O Mamoré
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A Pastoral Indigenista da Diocese de Guajará-Mirim vem manifestar seu repúdio a atitudes de extrema violência, ocorridas nos dois últimos dias de dezembro passado na cidade Pérola, e que resultaram na morte de duas pessoas.

De acordo com os relatos publicados na mídia, na madrugada de 30/12, o indígena Elivelton de Souza Macurap foi alvejado por duas balas de revolver 38 após ter entrado no domicílio do Sr. Zeno, dono de um bar-comércio, na avenida Estevão Correa, no bairro 10 de Abril. Elivelton que não possuía arma de fogo nem arma branca, apenas um pau que utilizou para furar o telhado, pedia dinheiro. O dono da casa que não conseguiu afasta-lo com um facão foi buscar um revolver 38 e o matou a tiro. Em seguida, chamou a polícia. Zeno foi ouvido na Delegacia e em seguida, foi liberado.
Soubemos que, poucas horas depois, abriu o bar onde cometeu o crime, demostrando desrespeito para com a vida humana e para com os familiares da vítima. Por falta de testemunhas, apenas ficou registrada a versão de “legítima defesa” do sr. Zeno.

Pedimos que haja uma investigação por parte da polícia para saber se matar era a única maneira de se defender.

No dia seguinte, seja na manhã do dia 31/12, Fabian Tanaka Flores, adolescente boliviano, 17 anos, se encontrava numa embarcação boliviana encostada na margem brasileira, na altura da avenida Estevão Correia. De repente, uma rajada de balas, atiradas desde o barranco, furaram a canoa e uma delas atingiu o jovem que faleceu.

Um pouco antes, a Polícia Civil tinha feito uma operação de fiscalização no referido porto e aprendido um carro com 9 galões de gasolina. Testemunhas bolivianas acreditam, e algumas afirmam, que o portador da arma era policial; por outro lado, a polícia nega o fato.

Se, por um lado, ficamos indignados diante da morosidade das autoridades brasileiras para elucidar o caso, por outro lado, ficamos impressionados pela solidariedade e a organização dos diversos setores da sociedade boliviana que se uniram pedindo justiça.

Numa reunião ocorrida em 02 de janeiro passado no Consulado Boliviano, as autoridades brasileiras se comprometeram em investigar o caso. Ontem dia 06 de janeiro, o prefeito Noronha se reuniu com as autoridades devido à sua preocupação com supostas ameaças de retaliação a brasileiros na Bolívia (fake news). E hoje, uma reunião está acontecendo em Porto Velho.

Sete dias se passaram depois da morte de Fabian e a Polícia ainda não descobriu o culpado. A tensão só vai diminuir depois da prisão do mesmo. Enquanto isso não acontecer, aumenta o sofrimento dos familiares, amigos e conhecidos do Fabian, a revolta dos bolivianos e a indignação dos brasileiros. Para a segurança de todos, precisa identificar o criminoso cujo comportamento é de alta periculosidade.


Guajará-Mirim, em 06-01-2020
Gil de Catheu
Pastoral Indigenista da Diocese de Guajará-Mirim/RO

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