Fronteiras: com jornada dupla e dinheiro contado, jogadores encaram vida dura no futebol de Rondônia

. Lá, no meio da Floresta Amazônica, dezenas de jogadores defendem o Guajará Esporte Clube com o sonho de deslanchar na carreira.
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O Mamoré
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Guajará-Mirim é a primeira parada da série de três episódios que vai retratar o futebol e suas dificuldades em cidades na fronteira do Brasil. Distante 329 km de Porto Velho, o município é o mais verde de Rondônia e tem cenários belíssimos, como o encontro dos rios Pacaás Novos e Mamoré. Lá, no meio da Floresta Amazônica, dezenas de jogadores defendem o Guajará Esporte Clube com o sonho de deslanchar na carreira.

Eles chegaram de todas as regiões do país e são obrigados a conviver com um futebol com estrutura praticamente amadora do estado. Os jogadores dividem quartos apertados em modestos hotéis, convivem com o atraso de salário e não sabem ao certo nem o dia e o local das partidas. Rondônia ocupa a antepenúltima colocação no ranking dos estados, elaborado pela CBF com base nos resultados esportivos dos times locais.

- Aqui é bem amador. Alimentação muito fraca. O pagamento não é em dia - disse o zagueiro Carneiro, que deixou São Paulo para jogar no time na fronteira com a Bolívia.
- Quebrei o dedo no treino. Fui para o hospital de tarde e cheguei lá não tinha nem raio-x. Me mandaram viajar cinco horas para Porto Velho para tirar um raio-x. Pô, aí é complicado - completou o capitão da equipe, que ficou na cidade e jogou com o dedo fraturado.


Carneiro é um cigano do futebol. Antes de chegar em Guajará-Mirim, o zagueiro de 32 anos defendeu clubes na Tailândia, Polônia e Colômbia.

O destaque da equipe é o guajaramirense Tanaka. Ele é uma espécie de coringa. Joga de meia, atacante e até lateral. Para conseguir sobreviver no futebol praticamente amador, Tanaka ajuda o pai na feira. No dia seguinte a um jogo do time na capital, o meia batia ponto desde cedo em uma das barracas montadas em frente ao mercado da cidade. Assim como Tanaka, os jogadores da cidade têm outra atividade durante a semana. Artilheiro da equipe nos últimos anos, Tanaka defende também times de várzea do outro lado da fronteira para complementar sua renda.

- Assim como no time, faço tudo aqui. Não posso parar - diz Tanaka, que faz o churrasco e também entrega refeições nas casas dos clientes.

O Guajará só foi campeão estadual uma vez. Ganhou o título em 2000. Neste ano, o objetivo era pelo menos chegar nas finais, o que não aconteceu. Antes da pandemia interromper o campeonato, o time estava em último lugar no seu grupo, com apenas quatro pontos em seis jogos. Agora, a competição só voltará em novembro. Os dirigentes do Guajará desistiram de permanecer no torneio. Eles alegam dificuldades financeiras para manter os jogadores neste longo período de inatividade. A série foi produzida antes da pandemia.


Fonte: GloboEsporte





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