Passando uma temporada em Guajará Mirim, que acabou mais longa do que o planejado, Nasartes está expondo 20 trabalhos recentes no saguão da Casa de Cultura Ivan Marrocos. A mostra que estreou no dia 20 de julho fica exposta ao público até o dia 3 de agosto. “Já deveria ter retornado à Portugal, mas a pandemia me impediu”, esclarece. Sorte dos admiradores das artes plásticas da nossa região, que têm a oportunidade de conhecer o trabalho desta artista com vivência fora do Brasil.
Pintar telas é uma nova descoberta, que começou a cerca de dois anos. Ela conta que antes fazia umas pinturas bem infantis, “não nasci com talento e nem com dom”, confessa e diz que se dedicava ao artesanato “fazia umas besteirinhas”. Mas a amiga Cristina faz uma intervenção e corrige, e diz que “artesanato também é arte e precisa ser valorizado como tal”. Desde então começou a estudar e a se aprofundar no conhecimento das artes plásticas, a fim formar uma boa bagagem e partir para novos horizontes, inclusive na província de Lagos, onde mora em Portugal. O trabalho de pintura também funciona como hobby e ajuda a acalmar a artista que diz que é muito agitada. O faturamento com as vendas entra como uma renda extra. “Mas não é muito fácil vender”, arremata.
A exposição tem um caráter pessoal bem acentuado. Nasartes procura traduzir com o seu trabalho um retrato crítico da sociedade, a partir do momento ímpar da pandemia, com a presença do corona vírus (covid-19), que ceifou milhares de vidas, a corrupção estabelecida no Brasil e as perdas de familiares e amigos.
Para marcar o tempo de aprisionamento provocado pelo isolamento social Nasartes criou uma tela com grades e máscaras. E para marcar sua indignação quanto à corrupção criou a tela Ratos do Porão com o símbolo da justiça e Dinheiro na Cueca e Meias.
A exposição fica na Ivan Marrocos somente até o dia 3 de agosto. O horário de funcionamento é das 8:00 às 18:00, de segunda a sexta-feira.
Fonte e fotos: Alice Thomaz
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