Coluna Almanaque: AUTORREFLEXÃO SOBRE A VIDA

Por Fábio Marques
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 Por Fábio Marques

A vida não tem muito segredo. Existem algumas coisas que você pode e deve fazer e algumas coisas que você não pode e não deve fazer. Você não pode ser covarde, não pode ser ladrão, não pode ser malfeitor em todos os sentidos e deve amar seus filhos e sua família mesmo que problemas ocorram. E problemas ocorrem todos os dias.
Mas existem pessoas que se concentram tanto nos problemas que esquecem de viver e acabam morrendo sem ao menos terem vivido. Com a morte de alguns amigos descobri que a morte, que achava que só ocorria com os outros, aos poucos se aproxima de mim também. Em meus cinquenta e cinco anos de vida, assisti a muitos da minha geração que já partiram. Continuo vivo, apesar da maneira violenta com que tenho tratado meu fígado.
Voltando no tempo e no espaço, relembro que ao contrário daqueles que não possuíam projetos de vida para si além daquele de continuar vivo, achava que enquanto não comprasse uma casa minha e de minha família eu não poderia sossegar. Hoje compreendo que todo aquele trabalho não passava de medo do futuro, medo que fez com que eu, em vez de aproveitar a vida, ficasse escravo desta vida fudida.
Apesar de ter sido um pai relapso, amo meu filhos à minha maneira. Por exemplo, se eu nunca tivesse nascido eles também não iriam existir nunca. Portanto acho que meus filhos são o lado bom que deixarei como sementes que irão sobreviver. E às vezes me satisfaço comigo mesmo por ter gerado dois filhos homens que não saíram ladrão ou marginal. Detalhe: nunca bati em meus filhos com o objetivo de lapidar seus caracteres. Acho que os pais que batem em seus filhos, batem em seus próprios defeitos.
Agora a juventude de hoje em dia está toda perdida. Os garotos quando não são gays, estão se drogando a torto e a direito e as mocinhas estão achando que têm a obrigação de irem para a cama com o primeiro que aparece.
Em meu trabalho, estou sempre brincando com os colegas que, todos sem exceção, nem imaginam os problemas que carrego. No fundo apenas disfarço as amarguras que tenho trazido comigo nesta vida. Sabedor que valores como a amizade, a honradez e a lealdade acabam trazendo vícios éticos como a falsidade, a inveja, a ambição e que esta tábua de valores é tanto mítica como ilusória, também já suportei assédios morais e puxadas de tapete no ambiente laboral de serviço.
Apesar das porradas da vida e das “cagadas” que aprontei continuo amando meus dois filhos que, embora distantes, nunca me encheram o saco por conta de meus porres e de minhas ressacas. E vou seguindo meu caminho, apesar das perdas e prejuízos, tristezas e dissabores. Hoje tenho consciência de que sou um homem tosco, ignorante, rude e sem ilusões. Às vezes bebo um pouco porque meu coração se recusa a admitir sua impotência.
Por hoje é só. Desculpem o desabafo. Muito obrigado.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.

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