Coluna Almanaque: FÁBULAS DE ISOPOR

Por Fábio Marques
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Por Fábio Marques

Contam-nos as estórias, que o Capitão Di Genaro, à época em que era cadete na Academia de Resende, apaixonou-se pelo primeiro amor de sua vida. Chamava-se Eva Gina, a senhora. Eva Gina dos Prazeres, para ser mais exato. Se amavam pra cacete. E brigavam pra porra. Não havia dia em que não tivesse ocorrência no plantão policial por conta dos cascudos e pontapés em que as duas figuras eram os artistas principais. Nesta época, Mister Genaro levou pontos na cabeça, colocou gesso no antebraço, acabou com o estoque de mercúrio-cromo do hospital do exército e andava sempre com esparadrapos colados na cara de pau.
Mas pra compensar, o capitão também enviou Eva Gina algumas vezes para a UTI do Hospital Souza Aguiar no Rio de Janeiro. Paixão sádico-masoquista. Dois sem-vergonhas em matéria de amar, como cantava Lindomar Castilho. Um dia, após mais uma sessão de “telequete” entre os amantes, Eva Gina veio a falecer num complexo médico de Resende. Devido a falta de higiene no local, uma ratazana enfiou-se na operação de períneo dela. O Estado custeou o enterro.
Quanto ao capitão Di Genaro, por não se conformar pelo fato de ter perdido Eva Gina e as sessões diárias dos quebra-paus, resolveu adentrar a política a fim de dar vazão aos seus instintos mais bestiais contra os cidadãos de bem e estuprar a paz social que é de direito a todos.
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Outra fábula tem como artista o sujeito. O sujeito é um tipo fictício que inventei e que não tem nada a ver com fatos ou pessoas da vida real. Contam-nos as estórias que o sujeito fora criado numa família de costumes arcaicos. Seus pais tinham ideias cafonas a respeito do estado social. Impunham aos filhos conceitos de que o ser humano tem que ganhar a vida com o suor do trabalho e de que o crime não compensa.
Por conta deste sistema e sabendo que um destino melhor lhe aguardava, o sujeito começou a dar a bunda desde cedo para os garotos mais abonados do pedaço. Para os filhos do dentista, os filhos do dono do mercantil, os filhos do promotor, os filhos do gerente da Caixa e até para os picolezeiros que passavam na rua, em troca de alguns gelados. Não que gostasse de dar o anilho, até porque doía muito, mas o apego ao dinheiro era sua obsessão na vida. Tão grande esta fixação, que depois que recolhia trinta patacas de cada um dos colegas para brecharem suas irmãs tomando banho, se escondia no fundo do quintal para se masturbar olhando aquelas moedas.
Aos poucos aprendeu a dar trambiques e faturar extras ao arrumar mulheres e cocaína para os políticos que passavam por sua província. Em seguida fez carreira política e enganou trouxas e otários com promessas vãs e soluções miríficas. Chegando lá, perseguiu e humilhou todos aqueles que achava que estavam abaixo de sua dinastia.
Sua vida pública foi um desastre total. Suicidou-se no dia da inauguração da nova necrópole de sua cidade.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.


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