O número de
alunos que abandonaram os estudos, em Rondônia, chegou a mais de 6 mil durante
a pandemia da Covid-19. No entanto, através do programa Busca Ativa Escolar,
26% desses estudantes já foram reinseridos nas escolas.
A estratégia
de reinserção escolar foi elaborada pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef) em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime) e é implementada em todo o país.
A plataforma
Busca Ativa Escolar oferece dados de órgãos oficiais ligados à educação, como a
evasão escolar (separados por região, estado e cidade). Através da ferramenta
os municípios podem elaborar meios de incluir os alunos novamente nas escolas
junto com conselhos de educação e órgãos de assistência social.
Dos 52
municípios de Rondônia, 49 estão ativos da Busca Ativa e 3 passam por processo
de reconfiguração. Desde 2020, 1.702 estudantes foram alcançados pela
iniciativa e matriculados novamente.
Segundo a
pós-doutora em educação, Rosangela Hilário, a plataforma e implementação da
busca ativa é de extrema importância, mas os cuidados com os alunos não devem
parar no momento em que eles são reinseridos na escola.
“É
fundamental ir buscar esses alunos, saber exatamente porque é que eles estão
fora da escola. Porém mais importante que ir, é cuidar dessas crianças, dar
condições pra que eles sejam acolhidos e zelados. É preciso que o estado
brasileiro se responsabilize pelas suas pessoas mais pobres, é preciso diminuir
a desigualdade e as assimetrias sociais”, aponta.
Dados da
evasão
Em um
relatório divulgado em julho de 2021 pela Unicef, baseado em informações do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 22 mil crianças
e adolescentes de 6 a 17 anos estavam sem frequentar a escola no país.
Dos alunos
que não frequentavam a escola em 2019, todos pertenciam à parcela mais pobre da
população, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad) do segundo trimestre do ano.
Na plataforma
da Busca Ativa consta que 6.388 alunos das redes públicas estaduais ou
municipais em Rondônia abandonaram a escola somente em 2020, durante a pandemia
da Covid-19. A maior parte dos alunos não chega a completar sequer o ensino
fundamental.
Entre os
estados da região Norte, Rondônia é o segundo do ranking de evasão em 2020,
atrás apenas do Pará, que registrou 19.271 casos. O terceiro lugar é ocupado
por Tocantins, que teve 5.095 alunos abandonando a escola.
Quando o
recorte é por raça e localização, indígenas e terras indígenas são os mais
afetados, correspondendo a cerca de 55% do total de estudantes. Os dados de
evasão são registrados sobretudo na rede estadual de ensino, responsável pelo
ensino indígena.
Pretos e
pardos correspondem a outros 27% dos alunos afetados, seguidos por 10% de
pessoas que não declaram a cor. Os menos afetados são brancos, com 7%, e
amarelos, com 0,1%.

O g1 entrou
em contato com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para entender o
motivo do número tão expressivo de evasão escolar entre indígenas, mas não
obteve resposta até a publicação desta matéria.
Ranking dos
municípios
Os municípios
rondonienses com maiores índices de abandono educacional são Porto Velho
(1.654) e Guajará-Mirim (1.548).
A Prefeitura
de Porto Velho informou ao g1 que aderiu a plataforma Busca Ativa Escolar em
2020 e desde então vem adotando medidas na intenção de "garantir a
permanência, a aprendizagem e a conclusão da educação básica de todas as
crianças e adolescentes".
O município
de Guajará-Mirim também foi questionado
sobre os possíveis motivos dos dados apontados e medidas tomadas, mas não
apresentou resposta até a última atualização da matéria.
Motivos da
evasão escolar
De acordo com
as informações apuradas, durante o processo de busca por alunos excluídos da
escola, é possível perceber que a grande maioria diz que sente a escola ou os
estudos desinteressantes.
Mais de mil
alunos alegam também que mudanças de domicílios ou viagens frequentes são os
principais motivos para que eles abandonem a escola.
Alguns outros
problemas mais apontados são: conflitos com a lei, falta de documentação, falta
de escolas ou vagas nas escolas próximas, falta de transporte escolar ou crianças
que se encontram em abrigos ou situação de rua. 
Fonte: Unicef
e Undime
Fonte: G1
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