Por Fábio Marques
Jornalista por vocação, pobre por opção, sem bens materiais a declarar, hoje me olho no espelho e me pergunto: Em quem é que vou votar para prefeito nas eleições do ano vigente? Confesso que ainda não sei. Hoje todos os partidos políticos estão me causando nojo e vergonha. No tempo em que a política tinha respeito, quem mudava de partido era chamado de vira-casaca. Um reles traidor. Um sujeito em quem não se deveria confiar.
Hoje ninguém se surpreende mais com as sem-vergonhices da política. Aqui e acolá, a olhos vistos, alguns que postulam a cadeira maioral da prefeitura são flagrados junto à seus chiqueiros de votação fazendo disparates do tipo: “Eu vou te dar tanto pra tu deixar fulano de tal e ficar comigo”. Uma porrada de quadrilhas lutando pelo voto do povo com a pior das intenções. Com o dinheiro que recebem destes sujeitos, os cupinchas de primeira instância, separam um montante para si mesmos, e o restante aplicam no aliciamento do povo na base do saco de cimento, milheiro de tijolo, prestação disso ou daquilo, passagens e outras coisas imorais. Não existem programas ou propostas de governo. Nem sequer mencionam os problemas da cidade. Só se fala em dinheiro, conchavos, gambiarras, venda de apoio...
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Ocorre que a maioria das pessoas só consegue enxergar o cargo e não enxerga o Homem, só vêem a roupa e nem percebe quem as veste, só veem o rótulo sem se importar com o conteúdo. Por detrás das cortinas das aparências, a grande maioria sempre procura uma falsa proteção nos falsos invólucros. Acham o máximo quando um candidato à qualquer coisa visitam seus casebres, provam de seu café passado, acariciam seus filhos e comem de sua gororoba.
Mas de todas as idiotias, a que mais causa asco é a daqueles imbecis, alguns com curso superior, que excomungam os políticos ao mesmo tempo em que compensam sua insegurança com disfarces que atendem pelo nome de moda, grife ou status social. Mal sabem que apenas estão fazendo o jogo daqueles que traficam acertos junto aos podres poderes. São hipócritas adeptos do consumo, que obscuros em seus retardos mentais, se acostumam a não pensar, a não refletir, a não tirar conclusões e a não procurar por soluções. De nada adianta dar cabo de uma parte não pensante, se a outra continuar a se utilizar da máscara que reveste este verniz social.
Então é sabido que os maiores patifes continuam a cada dia subindo os mais altos degraus na escala da inversão de valores. São os pequenos e grandes ladrões no meio de homens de bem que ocupam cargos no espaço interno da política. O pior é que alguns destes leprosos morais ainda se dizem católicos ou crentes, enquanto outros falam até em revolução.
Na verdade se todos seguissem o que Jesus Cristo ou Karl Marx falavam, não haveria toda esta desordem . Se hoje estes baluartes da revolução sócio-humana são lembrados é porque estão mortos. E os mortos não costumam perturbar o poder.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.