Por Fábio Marques
Distante cerca de 180 quilômetros de Guajará-Mirim, Surpresa se
distingue do distrito do Iata, distante somente a 30 quilômetros, não
apenas pela longitude, mas também pelo fato de que para se alcançar
aquelas paragens, o cidadão comum somente irá consegui-lo através do
transporte fluvial.
Naquele lugarejo residem 300 famílias que
sobrevivem da pesca, da agricultura de subsistência, da construção de
barcos e do funcionalismo público. Pelo fato de ser tão isolada, é que
Surpresa vem sofrendo com o abandono e descaso por parte de governos que
rolaram pela prefeitura e que nada mais fizeram do que prometer mundos e
fundos que nunca passaram de bravatas ordinárias.
Cansados de
esperar por melhorias que nunca se efetuam, cidadãos que habitam aquela
povoação reclamam por medidas e ações cabíveis que possam elevar para
índices condignos a qualidade de vida da localidade. O que desejam estas
pessoas? Querem apenas que o distrito lhes ofereça condições essenciais
para tocarem suas vidas e de suas famílias com honradez e fé no futuro.
Confiantes, a cada nova administração, estas pessoas renovam suas
esperanças. Mas segundo relatos, esta confiança logo se abala quando os
habitantes se deparam com as nomeações apontadas para dirigir a
cidadela, cujos critérios são quase sempre políticos, na base do “quem
indica”, segundo a vontade e capricho dos poderes a quem prestaram
favores.
E que tal instituir o cargo de sub-prefeito para o
distrito de Surpresa? Eleito via direta pelo povo votante daquela
aldeia, o sub-prefeito iria receber salário condizente com a
responsabilidade do encargo. Esta sub-prefeitura disporia da logística
básica para funcionar: pessoal, veículos, maquinário e equipagem. O
rateio de 12 parcelas de verba especial subscrita no Orçamento Municipal
também constaria da proposta para que o sub-prefeito possa administrar
os próprios recursos, evitando assim que se desloque até a cidade atrás
de 150 litros de combustível a cada vez que precise, por exemplo. A
criação de um conselho de controle e fiscalização formado por segmentos
da população local iria acompanhar os gastos públicos e exigir a
prestação de contas.
A idéia é ótima, embora ainda tenha alguma
coisa para ser mexida, adaptada, burilada. Lógico que para esta proposta
não se perpetuar na miragem da memória dos habitantes daquele distrito,
vai ser preciso que um político de coragem e percepção de progresso
aposte na sua execução. Com duas serrarias de porte regular e uma
criação pecuária contando hoje com 12 mil cabeças de animais bovinos, a
economia de Surpresa abastece ainda as regiões de Guajará-Mirim e Costa
Marques com banana e Pescados nativos.
Uma coisa há que ser
falada: aquele que se aventurar a por em prática este projeto – prefeito
ou vereador – ficará para sempre lembrado na história política
municipal.
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A tragédia que aconteceu no Rio de janeiro semana passada mostra a falta de preparo de nossas polícias. Uma criança foi morta num tiroteio entre a polícia carioca e um bandido. Bandidos andam armados, senão não seriam bandidos. Na contramão, cabe à polícia combater o crime e não o cidadão comum. A polícia atirou no meliante que revidou. E revidou porque além de ser bandido, também é um ser humano, defendeu a própria pele. E com isso a criança foi baleada. O exagero e o descuido da polícia ao lidar com um bandido acabou matando uma inocente.