Farmácia do hospital deveria ser abastecida pelo município |
A prefeitura de Guajará-Mirim
(RO) decretou estado de emergência no município, nesta sexta-feira (3),
devido à falta de medicamentos no Hospital Regional Perpétuo Socorro e
postos de saúde do município. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde
(Semsau), um ofício foi enviado comunicando a Câmara Municipal de
Vereadores sobre a situação; a previsão é que a compra emergencial de
medicamentos seja feita em até dez dias e as unidades sejam abastecidas.
O decreto foi anunciado pela secretária municipal de saúde, Linda Zeed,
que alegou que o fator principal para o estado de emergência foi a
falta de remédios e a dificuldade que o município tem em manter o
estoque nas unidades de saúde e também no Hospital Regional, que realiza
cerca de 80 atendimentos todos os dias.
"A situação está horrível na saúde de Guajará-Mirim, já passou de
crítica. Existe uma burocracia muito grande porque temos que montar uma
equipe de farmácia terapêutica da atenção básica e uma comissão de
farmácia no HR para podermos saber o que o profissional prescreve. Não
adianta colocarmos os remédios sem saber as necessidades. Já pegamos a
resolução que o Conselho Municipal de Saúde aprovou com a lista de
medicamentos necessários”, disse a servidora.
O Hospital Regional está sob uma administração temporária de uma equipe
gestora do estado por determinação da Justiça desde que o dia 15 de
setembro de 2016. O prédio foi interditado em agosto de 2016 por más condições na estrutura e péssimas condições de trabalho para os servidores.
A diretora temporária do hospital, Eucliany
Monteiro, contou que atualmente o estoque de medicamentos está baixo e
que o município não está fazendo o devido abastecimento, sendo
necessário fazer cautelas com pedidos de equipamentos e remédios para
outros órgãos de saúde. Por enquanto, o uso das medicações está sendo
feito de forma fracionada.
"Estamos em uma gestão temporária por ordem da Justiça, mas somos
administrativos, a questão orçamentária e financeira continua com a
prefeitura. Solicitamos a compra de medicamentos do município, mas
enquanto isso o estado é quem está suprindo com essas necessidades.
Hoje, as medicações que usamos são enviadas pela Secretaria Estadual de
Saúde (Sesau) e também de empréstimos feitos de outras unidades e
hospitais da cidade", explica.
A intervenção deveria ter acabado no último dia 7 de janeiro, mas o Tribunal de Justiça de Rondônia
(TJ-RO) decidiu prorrogar o prazo por mais 120 dias devido às eleições
suplementares para escolha do prefeito, no dia 2 de abril.
A previsão é que o Hospital Regional continue sendo administrado
temporariamente pelo estado até 7 de maio, quando o novo prazo encerra,
podendo ou não ser novamente prorrogado.
Fonte: G1