Para os incautos leitores desta Coluna vou logo avisando: este pobre escriba que sempre deu a cara a tapa para destilar seu cáustico veneno contra as podridões politicas, vem através deste artigo anunciar que hoje a verborreia vai mudar de foco. Por que não aproveitar este espaço gasto maioria das vezes para denunciar os patifes que infestam a nossa politicalha, para elogiar quem realmente merece?
Dizem as más línguas que a gente só costuma falar bem de alguém depois que eles já baixaram à sepultura. A partir daí o cara era um bom sujeito, boa gente, gente fina pacas e coisa e tal. Mas quero ver alguém tecer elogios para outro de sua cidadania enquanto este ainda está entre “nosotros”, seres viventes. Acontece, mas é muito raro.
No começo dos anos 80, este jornalista nas reentrâncias da adolescência (14,15 anos) e já com uma certa tendência à boemia, vagava à noite por esta cidade a procura de amizade e boas conversas. Nesta época eu já notava um certo escarcéu e alvoroço numa turma alegre e festiva que se reunia no bar Quixadá que ficava em frente ao Tango do Pará, outro boteco da época. A turma? Sérgio Ribeiro, Letfalah Badra, Clóvis Perez, Delnir Cavalcante, Russo Russelakis, Manoelito Manussakis, Ivo Lucena, Da Hora, Paulino da Tostines, Zé Barbosa e outros.
Dentre estes, o que mais me chamava a atenção era um senhor que, de dedo em riste, estava sempre a apontar as falcatruas e os desmandos na administração municipal. Pensava cá com meus botões: um dia ainda vou tomar umas e outras com este cara e quem sabe, debater estas questões que tanto nos aporrinham. Seu nome? Sérgio Ribeiro.
Este escriba (e) e o aniversariante Sérgio Ribeiro (d) |
Dessa amizade que já vem durando trinta anos, tenho muitas histórias para contar. Foi com este sujeito, por exemplo, que aprendi a discernir certas coisas e me indignar com as safadezas e escroteações políticas que até hoje imperam nesta ilha da fantasia. Queria também dizer que no fundo, no fundo, meu amigo Sérgio Ribeiro é um cara bom, ótimo papo, boa conversa, o chamado homem de bem. Um cara que conseguiu ser ao longo de sua vida uma coisa muito difícil de se conseguir. Um homem justo e íntegro. Mas antes de tudo, meu amigo Sérgio Ribeiro é um ser humano como outro qualquer, só que bem mais antenado, irônico e acima de tudo, um cara que sabe cuidar da convivência com os amigos e transformar isso num prazer.
Amigo Sérgio, sei que não tenho procuração para tal, mas gostaria de aproveitar este espaço para prestar esta singela homenagem para um cidadão que considero guajaramirense de alma e coração, apesar de carioca da gema e que, acima de qualquer coisa, é vascaíno como todo cara gente boa que se preze tem que ser.