Por
conta da falta de materiais para realizar exames e consultas, os
funcionários do Posto de Saúde Irmã Maria Agostinho de Guajará-Mirim
(RO) se mobilizaram e compraram os produtos faltantes. A confirmação
sobre o desfalque ocorreu após vistoria feita por equipes do Conselho
Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren/RO), na última semana. Ao
todo, o órgão fiscalizou 10 unidades de saúde do município.
Os profissionais informaram ainda que existe um único banheiro tanto para os funcionários como aos pacientes.
“E muitas vezes está uma imundície. Aqui está faltando tudo, tudo mesmo. E nós não temos a quem recorrer. Os funcionários aqui tiram do próprio bolso para trabalhar”, relatou uma das funcionárias do posto, Cândida Vasques.
“E muitas vezes está uma imundície. Aqui está faltando tudo, tudo mesmo. E nós não temos a quem recorrer. Os funcionários aqui tiram do próprio bolso para trabalhar”, relatou uma das funcionárias do posto, Cândida Vasques.
Na
unidade, o lixo é descartado de maneira irregular. Caixas e sacolas são
dispensadas na parte de trás do posto, colocando em risco a saúde de
todos.
De
acordo com a coordenadora do Departamento de Fiscalização do Coren/RO,
Marisa Miranda, a saúde pública de Guajará é bastante crítica. “Existem
unidades da Atenção Básica em total abandono, em condições desumanas de
prestar assistência e desrespeito a quem trabalha na unidade”, destacou.
Situação precária
Durante
a vistoria do Coren/RO, o órgão avaliou que a grande maioria das
unidades de saúde apresentaram problemas como estruturas físicas
deterioradas, falta de materiais e insumos, medicamentos vencidos e
falta de profissionais da área.
No
Posto de Saúde Delta Martins, a situação também é preocupante.
Reinaugurado este ano, a unidade não conta com climatização nas salas e
não contém equipamentos suficientes.
No
local, também funciona os atendimentos do Posto Altamiro Barroso, que
segue em reforma. A unidade deveria ser entregue completa há mais de
seis meses.
Materiais
Um
dos casos que mais chamou atenção dos fiscalizadores do Coren/RO em
Guajará diz respeito à esterilização dos materiais nas unidades.
“Nas
unidades básicas, os profissionais relataram que enviam os materiais
para o Posto Carlos Chagas. Lá, os profissionais informaram que mandam
ao Lacen, em Porto Velho. Porém, nada ficou comprovado e isso nos deixou
numa situação duvidosa”, enfatizou a coordenadora do Departamento de
Fiscalização do Coren/RO, Marisa Miranda.
Aviso na porta indica falta de medicamentos na unidade de saúde.
Sem profissionais
Em
todas as unidades vistoriadas pelo Coren/RO, o órgão destacou a falta
de profissionais da área. No Hospital Regional Perpétuo Socorro, por
exemplo, que atende quatro áreas clínicas – pediatria, maternidade,
centro cirúrgico e clínica medica – há apenas um enfermeiro atuando no
plantão, quando o ideal são quatro profissionais.
No
Hospital Bom Pastor, os fiscalizadores também constataram a falta de
enfermeiros. Além disso, o Coren/RO presenciou técnicos e auxiliares de
Enfermagem fazendo o trabalho de enfermeiros.
Notificação
Ainda
na última sexta-feira (17), a Prefeitura e a Secretaria Municipal de
Saúde de Guajará foram notificadas sobre as irregularidades nos postos
de saúde.
Algumas medidas devem ser feitas imediatamente e outras tem o prazo de 180 dias para regularização.
Fonte: G1