Algumas casas estão alagadas no distrito de Vila Murtinho, em Nova Mamoré
O nível do rio Araras e do rio Madeira aumentaram com o regime de
chuvas na região, e em consequência, 14 famílias tiveram que deixar suas
casas. As localidades mais afetadas são os distritos de Vila Murtinho e
Araras, 7ª Linha do Ribeirão e parte da BR-425, na zona rural de Nova
Mamoré (RO), município distante a pouco mais de 300 quilômetros de Porto
Velho.
Na última sexta-feira (22) após o rio Araras transbordar e inundar
trechos de estradas da zona rural de Nova Mamoré, a prefeitura decretou
estado de emergência.
“Decretamos estado de emergência e vamos comunicar os órgãos
competentes nas esferas estadual e federal, para reconhecerem esse
decreto e automaticamente nos ajudar com recursos para recuperarmos
nossa malha viária rural e ajudar as famílias atingidas”, disse
Claudionor, prefeito de Nova Mamoré.
Ao todo 14 famílias tiveram que deixar suas residências, sendo 9
famílias do distrito de Vila Murtinho, duas da 7ª Linha do Ribeirão e
três ao longo da BR-425. A prefeitura do município alugou apartamentos
para acolher 9 famílias desabrigadas.
Segundo o prefeito de Nova Mamoré, o número de desalojados é baixo e
por conta disso não será necessário a criação de abrigos na cidade, mas
caso esse número tenha um aumento significativo, o município já conta
com o apoio de igrejas e escolas.
Nível do Rio Araras
No rio Araras não há réguas fluviométricas e por isso o nível das águas é medido de acordo com o nível de uma ponte, que foi criada durante a construção da Estrada de Ferro. Na última terça-feira (26) estava faltando 15 centímetros para as águas ultrapassarem o nível da ponte.
Uma das maiores dificuldades encontradas pela Defesa Civil de Nova
Mamoré na retirada das famílias é a resistência que algumas pessoas têm
em sair das casas.
“A Secretaria de Assistência Social, que também tem pessoas vinculadas a
Defesa Civil, leva psicólogos e assistentes sociais para conversar com
essas pessoas para passar a elas a situação de risco, porque depois que
as águas sobem muito, fica mais difícil retirar as famílias dessas
localidades”, explicou Claudiomir Rodrigues, Coordenador da Defesa
Civil.
Alguns agricultores preferem não sair dos sítios, já que durante a
ausência ladrões invadem as residências e roubam telhas, pias e outros
objetos. Além disso, eles preferem ficar para não deixar os animais
abandonados.
“Só vou sair daqui quando a água estiver na minha porta, por enquanto
aqui ainda está bom. Já meus companheiros, foram embora. Tenho meus
animais aqui e não posso deixar eles sozinhos, por isso vou ficar até
quando der” disse Franciné da Cunha, agricultor.
Algumas residências na área rural não correm o riso de alagar, no
entanto algumas estradas estão inundando e como consequência as famílias
estão ficando ilhadas e sendo resgatadas pela Defesa Civil, como é o
caso da aposentada Odaleia Teixeira, moradora da 7ª Linha do ribeirão.
Prejuízos causados devido a alagação nas estradas
Em torno da BR-425, as águas do rio Madeira invadiram plantações de
milho, cana-de-açúcar, mandioca, feijão e banana. Algumas plantações
foram completamente inundadas, enquanto outras tiveram perdas parciais.
Plantações ficaram alagadas com a cheia dos rios na zona rural de Nova Mamoré
Além disso, o escoamento da produção de leite está sofrendo prejuízos,
já que parte das estradas estão inundadas. Nova Mamoré é o do maior
produtor de leite do estado de Rondônia e produz mais de 130 mil litros
de leite por dia.
Ainda não se sabe o valor total do prejuízo que a enchente dos rios na região estão gerando aos produtores.
Fonte: G1