Nova Mamoré viveu a noite mais “silenciosa” de toda sua História até aqui. Após exatamente
cinquenta (50) dias o prefeito decretar “Estado de Calamidade Pública” em
decorrência da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), ele finalmente
anoiteceu entre nós.
Assim como o dia 21 de março de 2020 ficará na História,
este 11 de maio também demarcará seu território no “Berço do Madeira”, com a
chegada de um infinitesimal inimigo a nos espreitar silenciosamente, com sua
risada debochada e sua lapidar sentença: “Para mim, todos vocês são iguais”.
E nós? Amazônidas ribeirinhos, vamos ficar acuados? Não,
somos “destemidos pioneiros”, homens e mulheres de coragem que assim como
nossos antepassados rasgaram a ferro e a fogo estas inóspitas paragens
amazônicas, lutando bravamente contra a malária, a beribéri, o impaludismo, a
maleita e toda sorte de infortúnios, vamos também, todos juntos ao “combate”.
Não é tempo de dividir, é tempo de somar.
E quais são as nossas armas?
Por enquanto não há outro remédio, apesar dos loucos de plantão
afirmarem o contrário, senão, seguirmos
firmemente as determinações das autoridades sanitárias de nosso município,
embasadas em protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS), amplamentes defendidas e adotadas em todo o mundo.
A “quarentena”, o “isolamento”, o “ distanciamento social”, o
“recolhimento”, adote o nome que você preferir, mas esta é a única medida que
efetivamente nos protege enquanto os homens de ciência lutam em laboratórios
e centros de pesquisas a procura de uma vacina. Qualquer
afirmação ao contrário, “é sentença de morte”, infelizmente.
É chegada a hora de cuidarmos da nossa aldeia, de nossos
“curumins”, nossos “anciões”, “tuxauas”,
nossas “cuniãs-porangas”, para que os “curandeiros” da tribo invocando os
espíritos da floresta (Ciência) possam nos trazer alento, esperança e proteção divina.
Autor: Simon O. dos
Santos – “O Amazônida, filho da Ferrovia”