Em 7de Setembro de 1822 o Brasil rompeu seu vínculo político com o Reino Português, pondo um ponto final ao colonialismo iniciado no século XV com a coroa portuguesa e declarando-se definitivamente como um país independente. A independência do Brasil foi resultado de uma série de transformações políticas, econômicas e até mesmo geográficas iniciada com o Período Joanino em 1808 com a vinda da família real portuguesa para o Brasil fugindo das ameaças do Império napoleônico na península ibérica.
A transferência da família Real Portuguesa para o Brasil trouxe em seu bojo uma série de mudanças significativas na colônia como a abertura dos portos para o comércio com as nações amigas e o Tratado de Comércio e Navegação assinado em 1810 que garantiu a redução de impostos para as mercadorias importadas pelos comerciantes instalados no Brasil. No campo cultural e científico também tivemos um impulso significativo com a criação de Universidades, Teatros e Bibliotecas. Esse cenário cultural e científico mais pujante possibilitou a vinda de intelectuais e artistas importantes que começaram a questionar a dominação da metrópole portuguesa.
O Rio de Janeiro foi o local escolhido para abrigar a família real portuguesa. Em 1815 o futuro país foi elevado a condição de Reino, e Portugal passou a chamar-se Reino de Portugal, Brasil e Algarve. Lembrando que a “capital’’ desse reino europeu era do outro lado do atlântico em terras brasileiras, caso único na história mundial. Essa medida foi adotada para impedir qualquer movimento separatista em terras tupiniquins.
Com a Revolução Liberal do Porto sendo deflagrada em 1820 as tensões políticas entre a metrópole a colônia começou a se intensificar e o Rei D. João VI teve que retornar a Lisboa, além dos portugueses insistirem na retomada do monopólio comercial com o Brasil e uma nova tentativa de recolonizar o Brasil. Foi essa revolução em Portugal que deu início ao processo de independência do Brasil. Pressionado D. João VI jurou lealdade a Constituição portuguesa em fevereiro de 1821, e, em abril, partia de volta para Lisboa. No entanto, deixou no Brasil seu filho Pedro de Alcântara como Príncipe Regente do Brasil.
Com as exigências impostas por Portugal as relações com o Brasil foi se desgastando cada vez mais, entre elas o retorno imediato do príncipe D. Pedro, que se negou prontamente contando com o apoio da classe política e da população brasileira. Em 9 de janeiro de 1822 com o apoio da população D. Pedro declarou que não retornaria a Portugal e não iria obedecer as ordens da coroa portuguesa, ficando esse dia conhecido como Dia do Fico.
Como protagonistas desse processo de independência tivemos a participação efetiva de D. Pedro de Alcântara e José Bonifácio.
Por fim, veio o rompimento oficial. No final de agosto, uma carta com novas ordens de Portugal chegava ao Brasil, e o tom continuava ríspido. As Cortes criticavam os “privilégios” brasileiros, exigiam novamente o retorno do regente e chamavam José Bonifácio de traidor. Essa nova carta fez a esposa de d. Pedro, d. Leopoldina, convocar uma sessão extraordinária que ficou decidida pela independência do Brasil.
As notícias trazidas de Portugal e a decisão dessa sessão extraordinária foram enviadas para D. Pedro. O regente estava em viagem para São Paulo, e o mensageiro chamado Paulo Bregaro alcançou a comitiva do regente em 7 de setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga. Ao inteirar-se da situação, o regente, supostamente, realizou o grito da independência, também conhecido como Grito do Ipiranga.
Esse acontecimento é considerado como o marco da independência brasileira. A partir daí, foi iniciada uma guerra de independência, pois algumas províncias optaram por manter-se leais a Portugal. Depois de alguns anos em guerra, a independência do Brasil foi reconhecida por Portugal em 1824. Nesse período de 1822 a 1824, o Brasil começava organizar-se como nação independente enquanto derrotava as províncias que ainda eram leais a Portugal.
A independência do Brasil não trouxe grandes transformações sociais e econômicas para a população brasileira, a monarquia foi o modelo adotado, a escravidão permaneceu por quase um século ainda, a concentração de terras ainda é um sério problema, a interferência econômica outrora apenas inglesa, hoje, no mundo globalizado, é imposta pelas grandes potências e pelas transnacionais, nossos biomas continuam sendo explorados, a desigualdade e a exclusão social é cada vez maior, os bolsões de pobreza continua aumentando e a Educação continua sofrendo na tentativa de transformar esse país em uma nação verdadeiramente justa e que oportunize condições a todos os brasileiros de se desenvolverem. Após quase dois séculos de independência política o Brasil continua trilhando seu caminho em busca de uma "independência" real e concreta pela LIBERDADE de seu povo!
Professores: Alex Duarte e Patricia Marchi