Os médicos que trabalham nos plantões do Hospital Regional do Perpétuo Socorro, em Guajará-Mirim, publicaram um manifesto de repúdio pela situação precária da saúde pública. Em nota divulgada pelas redes sociais, os profissionais alertam para a falta de medicamentos básicos preconizados pelo Ministério da Saúde e pela Organização Municipal de Saúde, além de insumos, falta de segurança, ambulâncias em péssimos estados de conservação e sem combustível.
O manifesto também informa sobre o corte das gratificações, defasagem salarial e o constante questionamento dos plantões extras pela gestão municipal. A precariedade fere o Código de Ética Médica e isso preocupa os profissionais.
Em áudio, uma médica fala sobre a dificuldade de trabalhar na unidade de saúde do município. “Não tem hemograma, não tem coletor de urina, a gente pede e os pacientes não tem condições de estar fazendo no particular, alguns tem, na grande maioria não tem; seringa está acabando, tem quatro pacientes para ir para Porto Velho e não tem gasolina para levar. Como é que trabalha assim? Como é que dá um diagnóstico sem um exame?”, desabafa, em lágrimas.
Na semana passada foi feita a quinta nomeação de titular na Secretaria Municipal de Saúde, nesta gestão, demonstrando a instabilidade que o setor atravessa. A servidora Luzia da Rocha Nunes assumiu como interina e tem o desafio de suprir as unidades de saúde, mas ainda não conseguiu dar as condições mínimas de trabalho aos profissionais.