"Causos e Crônicas do Berço do Madeira e da Pérola do Mamoré": O JACARÉ-AÇU QUE MATOU A MENINA NO BUEIRO DO IGARAPÉ MANGUEIRA

Por Simon Oliveira dos Santos
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O Mamoré
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Saimon Santos

A casa era fabricada de tábuas serradas na motosserra.

A maestria do Elói no manejo da ferramenta deixavam as tábuas com a aparência envernizada, sem farpas e retilíneas como as retas do horizonte. As perna-mancas, vigas, cavacos, esteios e demais madeiras que compunham o arcabouço da moradia, também tinham a mesma aparência. Apesar da aparente humildade da residência, ela apresentava uma suntuosidade típica da moradia do seringalista, que ficava encravada na parte mais alta do povoado, defronte para a nascente do Rio Madeira.

A casa ficava na parte mais baixa, no lado oposto da moradia do seringalista, bem próximo da várzea do Rio Madeira,  defronte para a ferrovia. Mas de lá se avistava toda a imensidão do lugar, com suas construções centenárias envoltas de um lado pelas águas dos rios Mamoré, Beni e Madeira, e pelo outro, pelas matas fechadas que formavam um imenso seringal.

Na casa residiam seis pessoas, dois adultos e, os demais, menores de idade. Essas crianças, três meninos e uma menina brincavam todos os dias nas águas do Igarapé Mangueira, que nascia nas regiões remotas do seringal e desaguava no Rio Madeira, após passar silenciosamente pelos arredores do povoado, cruzando a ferrovia através do bueiro que servia de local de banho para as crianças.

O Rio Madeira ficava muito próximo e no período da cheia suas águas invadiam o bueiro, deixando o local inadequado para o banho devido à profundidade e ao risco do aparecimento do temível jacaré-açu, entre outros ferozes animais. As crianças ignoravam tais riscos e mesmo com a reprimenda dos adultos, mergulhavam destemidamente nas águas escuras do bueiro. Naquela tarde, as quatro criaturas voltaram mais uma vez ao bueiro e reiniciaram os mergulhos  pulando de um galho de uma ingazeira, que se estendia até quase o meio do igarapé.

Silencioso, faminto e com todos os aparatos de caça aguçados desde o período Mesozoico, o jacaré-açu espreitava a cena na parte rasa do bueiro, de onde não era avistado pelas crianças. Com mais de trezentos quilos e seis metros de comprimento, o predador avançou sobre as crianças, após pularem juntas nas águas do igarapé. Os meninos voltaram à tona, mas a menina não voltou. Assustados e aflitos, eles viram minutos depois, o imenso crocodiliano surgir na superfície da água com a menina presa entre os seus pontiagudos dentes e desaparecer arrastando-a em direção ao Rio Madeira.

Naquela tarde, o alvoroço tomou conta do povoado e uma romaria se formou durante dias às margens do igarapé e do Rio Madeira na esperança de se capturar o animal e encontrar o corpo da criança. Meses depois, após a cheia, pescadores encontraram no pedral, logo abaixo da ilha que fica na nascente do Madeira, vestígios muito parecidos com as vestimentas que a menina usava no fatídico dia em que pulou do galho.

Simon O. dos Santos – Texto extraído do livro “ Causos e Crônicas do Berço do Madeira”.

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