Jornal O Mamoré
GUAJARÁ-MIRIM Rondônia

Coluna Almanaque: A QUESTÃO DA ÁREA DA COMARA


 Por Fábio Marques

Com a expansão da geografia da cidade no começo dos anos 90, uma parcela carente da população, sem recursos para adquirir moradia na área urbana de Guajará-Mirim, mas com vocação para o trabalho de cultivo agrícola, começou a povoar uma área próxima ao limite urbano, e ao mesmo tempo isolada e ociosa nas cercanias do campo de aviação que pertence à Força Aérea, e ali fincaram vínculos e esforços no sentido de criarem seus filhos e buscarem melhorias para suas sofridas vidas.
Com a passagem do tempo, aos poucos as paisagens de matas passaram a dar espaço para casebres de palha e de madeira formando uma viela de ruas esburacadas e enlameadas sem água encanada, rede de esgotos e infraestrutura urbana adequada para dar qualidade de vida às pessoas que ali fizeram suas apostas.
Como todos sabem, são em ambientes e situações como estas que se dão a história de homens e mulheres que enfrentam todos os dias a batalha constante diante de condições adversas. Em meio à pobreza inicial acabou-se abrindo espaço para o espírito empreendedor. Dia-a-dia observa-se uma incansável atividade comercial na estrada de acesso à este já aclamado pela população como um novo bairro da cidade, e que todos conhecem como Área da Comara. Hoje a ocupação do local está contando com cerca de 400 famílias.
A ocupação da Área da Comara continua até hoje como tema pendente porque as soluções independem da boa vontade política. A pendenga da ocupação da Comara depende de muitas reuniões, conversas e acordos. Aliás, a situação é bastante sensível para que políticos populistas fiquem criando expectativas sem encontrar fórmulas para o problema. E isto ocorre porque caso não se obtenha sucesso nos acordos que se vicejam junto ao Comando Aéreo e nem respostas por parte do poder público, esta localidade ocupada por pessoas honestas, estará propensa a se transformar num cinturão de pobreza repleto de pessoas nocivas à sociedade.
O problema que aqui se relata já se arrasta há anos e carrega consigo uma causa social e urbana tanto na questão do litígio com a Força Aérea como na questão social que significa estender a rede de serviços básicos como água, esgoto, posto de saúde, escola, praça, atenção sanitária e qualidade de vida. A urgente aprovação de um plano diretor para a cidade com a inclusão do Projeto Comara estaria conforme os anseios da população que habita aquele ambiente. Até porque sem planilha de desenvolvimento para este setor, muito mais difícil se conseguir os serviços básicos que toda sua influência urbana exige.
Portanto é preciso, antes da tomada de decisões pragmáticas, analisar a situação das pessoas que hoje ocupam a Área da Comara e avaliar políticas de consenso que assegurem a fixação desta povoação que fez a escolha por melhorias de vida nesta localidade que está crescendo sem descanso nem ordenação e que precisa legitimar seus direitos a fim de não se tornarem vítimas de medidas drásticas que, embora pareçam legais, acabam quebrando valores sociais.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.






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