Coluna Almanaque: O SHOW JÁ TERMINOU...

Por Fábio Marques
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Por Fábio Marques

Mesmo sabendo que quebraria a cara, o poeta resolveu encarar três mil quilômetros de rodagem para rever Beatriz, sua eterna amada. Afinal, para o poeta as outras mulheres, em relação à sua musa, eram apenas mulheres. Diferente de Beatriz, que era a mulher de sua vida.
Os tempos em que estavam em sintonia, eram um pelo outro, tinham os mesmos sonhos e desejos e por mais obstáculos que se erguessem, a tendência era que o amor entre os dois fosse aumentar mais ainda. A frieza de Beatriz nos últimos tempos estava lhe causando mal. Para completar, a distância acabou por transformar a relação numa coisa estéril e abstrata.
Em suas lembranças, gostava de recordar que Beatriz dissera que nunca havia deixado de pensar no poeta sequer um dia desde quando partira para Goiânia. Que nunca havia conseguido amar outro homem porque seu ideal de homem era o poeta. Uma das mensagens que mais o marcaram rezava: “Sei que você não acredita em Deus. Mas queiramos ou não, foi Deus quem me trouxe você de volta. Deus atendeu minhas súplicas, amor da minha vida. Te amo e também te desejo!”.
Existem coisas que não se combinam de jeito algum. Exemplos? O Super-Homem e a kriptonita, a boa música e o esgoto cultural que vomitam os cantores sertanejos, os ganhos salariais de um pobre jornalista e os proventos de um promotor de justiça, os trancos e barrancos de uma vida fudida e o dia-a-dia de quem possui superávit na conta corrente, o amor em toda sua essência e o apego quase animal ao dinheiro.
O problema de todo casal é quando a questão do dinheiro entra na questão da relação. Quando isso ocorre o amor se corrói. O amor em sua ciência exata tem a ver com a química de pele, com a troca de olhares, com a sintonia de espíritos. Não se sustenta numa mesa de contratos e negócios. Amor é somatório e cada qual deve dar de si aquilo que possui de melhor. E nem sempre isso é dinheiro. Numa relação cada um deve entrar com seus valores e objetivos comuns. Daí é se esforçar para que a química de pele e a sintonia das almas possam carregar e suportar todo o desgaste.
Frente à frieza de Beatriz que estava passando por uma série de problemas, tanto no âmbito da saúde física, como na questão familiar, toda esta carrada de preceitos ressonou apenas como blábláblás. Não andavam mais de mãos dadas pelas ruas da cidade, não se beijavam, não se tocavam, quase não se falavam. A erupção de emoções do poeta barrava no iceberg ilhado no coração de Beatriz. Por amar demais e sentir saudades de tudo aquilo que fôra um dia, chegara a lhe perguntar se jurava que não sentia mais a falta de um carinho ou até mesmo de uma palavra de amor bem suave no meio da noite. De forma ríspida, Beatriz respondeu-lhe que não.
E que o poeta não voltasse nunca mais...´
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.






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