Feira é oportunidade para pequenos produtores mostrarem seus produtos |
Rondônia tem as duas riquezas que moldam o conceito: expressiva
biodiversidade (natureza em biomas diferenciados, destacando-se a
Amazônia) e diversidade sociocultural (quilombolas, extrativistas,
agricultores familiares e indígenas). A sociobiodiversidade é, explica
Celi Arruda, a inter-relação entre estas riquezas, afirmando-se como uma
política pública voltada ao fortalecimento das cadeias produtivas da
floresta.
Celi Arruda e outros técnicos da Sedam e Emater estiveram em linhas rurais de Nova Mamoré |
“Já se sabe que os produtos da floresta têm enorme potencial
econômico. Empresas estão investindo em fármacos, cosméticos, alimentos.
Mas é preciso organização para explorar os produtos, mais
investimentos e apoio”, diz Celi Arruda, lembrando que a Sedam é
responsável por gerenciar 40 unidades de conservação em Rondônia, e em
muitas delas podem ser desenvolvidas cadeias produtivas para geração de
renda em benefício das comunidades que exploram a floresta.
Celi Arruda e outros técnicos da Sedam e Emater estiveram em linhas
rurais de Nova Mamoré em dia anterior ao início da 2ª Feira da
Sociobiodiversidade para divulgar o evento e falar sobre a importância
da sociobiodiversidade. No distrito de Palmeiras, para agricultores da
linha 21, ela alertou para que mantenham a integridade física do Parque
Estadual de Guajará-Mirim, unidade que protege a nascente de vários
rios.
“A feira é um instrumento interessante porque é uma oportunidade para
o seringueiro trazer seu produto, o ribeirinho, o produtor rural e as
próprias comunidades da cidade mostrarem o que elas fazem. De repente
uma pessoa de fora chega, vê o que se produz e diz, olha, vamos melhorar
o que você está produzindo”, diz Celi Arruda.
A engenheira florestal e técnicos da Emater, Sepog e Seagri querem
fazer um movimento mais forte para ampliar investimento na
sociobiodiversidade. “A Rondônia Rural Show é sucesso devido ao peso do
agronegócio em nosso Estado, mas a sociobiodiversidade pode crescer, e
Guajará-Mirim está bem representando, tem duas reservas extrativistas
estaduais e uma federal, a Barreira das Antas, o Parque Estadual pode
ser usado no turismo e pesquisa”, diz.
Há o entendimento por parte dos técnicos de que a Sedam tem a
obrigação não apenas de proteger e gerenciar as unidades de conservação,
mas também melhorar a qualidade de vida das comunidades que vivem
nessas unidades. “Mesmo com investimento em proteção, a pressão sobre as
reservas é grande, há muita invasão então temos de apoiar mais a
sociobiodiversidade. Isso interessa à Sedam, porque promove uma ação
econômica, fortalece a conservação da natureza, reduz o desmatamento”,
afirma.
A Feira da Sociobiodiversidade de Guajará-Mirim é um desdobramento,
segundo Celi Arruda, de uma política anterior no âmbito da Secretaria de
Estado do Planejamento, Seplan. “Havia um Núcleo de Arranjos
Produtivos Locais e nele estava inserido a sociobiodiversidade da região
de Guajará Mirim e de Nova Mamoré”, diz Celi Arruda.
Fonte: Secom - Governo/RO.