Guajará-Mirim à beira do caos
Se a situação caminha difícil na geração de emprego e renda em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, a tendência é piorar nos..
Por Marcelo Freire
Se a situação caminha difícil na geração de emprego e renda em
Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, a tendência é piorar nos
próximos dias. Um tratado de exportação feito entre Brasil e Bolívia
entrou em vigor ontem e prevê que os produtos exportados para o
território boliviano sejam transportados por balsas regulamentadas pela
Agência de Transportes Aquaviários (Antaq) e não mais por barqueiros
dos dois países, como sempre aconteceu.
Segundo informou ontem a Associação Comercial de Guajará-Mirim, os
empresários brasileiros e bolivianos reclamam que os termos vão
dificultar a liberação dos produtos, uma vez que Guayaramerín não tem
Aduana e o processo burocrático para legalizar a entrada ficará mais
caro, demorado e afetará o mercado de trabalho, causando demissões em
massa.
Além de Guajará-Mirim, a cidade boliviana de Guayaramerín também
sofrerá grande impacto com a nova medida que começou a vigorar ontem.
Trata-se de uma situação bem delicada para as duas regiões. A cidade
boliviana depende do comércio de Guajará para impulsionar a receita
municipal.
Ocorre que as medidas devem ser cumpridas. Atualmente o transporte
de produtos pelo rio Mamoré é arriscado e a fiscalização da Receita
Federal não é suficiente para monitorar as embarcações dos produtos que
circulam na fronteira. É muito raro o acidente envolvendo embarcações na
região, mas todo o cuidado é necessário.
O problema é que a medida pegou muita gente de surpresa. Os órgãos
responsáveis pela fiscalização na fronteira de Guajará-Mirim deveriam
orientar com antecedência as pessoas que serão diretamente impactadas
com a nova medida. Quem está atuando de forma irregular, deveria
providenciar a documentação necessária para realizar o trabalho de
acordo com o novo acordo.
Guajará-Mirim, além de problemas no setor de saúde, enfrenta
problemas na Área de Livre Comércio, considerada na década de 80
responsável pelo avanço da economia na região, principalmente na rede
hoteleira.
Em 2016, o anúncio da inclusão da ponte Brasil Bolívia na reserva
orçamentária anual para o exercício de 2017 fez resgatar a esperança de
dias melhores na economia do município de Guajará-Mirim. Mas tudo não
passou de promessas. O governo Dilma, também tentou regulamentar a
isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na Área de
Livre Comércio de Guajará-Mirim. A proposta não recebeu continuidade no
atual governo. A eleição está se aproximando e a população vai começar a
receber novas propostas, que dificilmente serão cumpridas.
