Por Fábio Marques
Sem qualquer apoio cultural bancando meus garranchos, insisto em
manter a Coluna no ar porque sou sabedor que no entremeio de muitas
caras e cus de nossa cidade, ainda tem gente com neurônios que consegue
compreender alguma coisa que se passa neste cafundó provincial e se
indigna com tanta podridão. Já me disseram, e não foram apenas duas ou
três pessoas, que se tivesse estrela, estaria compondo artigos para
sites do Brasil afora, ganhando dinheiro pacas e comendo belas e
notáveis mulheres.
Uma confissão: Só tenho o ginasial completo.
Na adolescência não gostava de sala de aula. Por outro lado, amava a
leitura. Graças ao meu saudoso pai, que tinha uma assinatura da Editora
Record, aprendi a beber cerveja com Voltaire, papear com Montesquieu,
prosear noite adentro com Bertrand Russel e me deleitar com Milan
Kundera. O problema é que isto não confere diploma para filho da puta
nenhum. Talvez seja por conta desta lógica míope que algumas pessoas
desta cidade que nunca souberam nem bater uma punheta direito na vida,
enxergam este escriba apenas como um beberrão, mal educado e durango
kid.
Anos e anos fazendo críticas a vários governos que se
passaram, hoje observo uma constante acomodação por parte da população.
Não há mudanças no status social do povo. Quanto mais rico um povo, mais
rico o espaço em que habita. Este fator gera riqueza, circula moeda,
agrega produção e serviço e se traduz em saúde, educação e cultura deste
povo. Guajará-Mirim é uma cidade rica em recursos diversos e, no
entanto, com uma população às margens da miséria.
Na cidade não
há saúde, a educação não está a contento, não existe saneamento básico
na maioria dos bairros, as avenidas estão cheias de buracos. A cidade é a
celula-mater dos cidadãos. Agora quando esta célula está viciada nos
desvios, o que resta é a paradeira em todos os setores, comércio,
indústria, serviços, etc...
Existe ainda outro grosope na
questão: os escrotos de plantão não querem que a população se inteire de
forma alguma deste aspecto em forma de espectro. Condenam qualquer um
que queira elevar a verdade para o patamar das discussões. Pra traduzir:
desejam controlar a liberdade. Ora meus culhões! Liberdade não tem
controle! Liberdade é liberdade! Na democracia, liberdade não tem
adjetivos nem sinônimos. Cada um deve responder por aquilo que faz e
fala. Assim funciona a democracia. Por que então querer engessar as
idéias e os debates?
Quem faz vida pública está exposto à
opinião pública. Em caso de calúnia, mentiras, injúrias, etc... cabe à
vítima das ofensas procurar a justiça. Este é outro ditame da
democracia. Por outro lado, quem tem consciência das coisas, jamais deve
ter medo de emitir opiniões a respeito de posições erradas dos
políticos. A vida particular de quem quer que seja não interessa. O
compromisso de quem escreve artigos de opinião é com a verdade sobre as
coisas públicas e sobre os ditos homens públicos.
Claro está que
minhas singelas palavras mal expostas num linguajar mesclado entre o
vocabular etílico e a pretensa erudição vão arrepiar tanto os censores
da elite letrada como os leigos ingênuos que, na pequenês de suas almas,
coabitam e chafurdam num pântano de ignorância.
Mas os cidadãos de bem irão entender. É isto o que importa.
Coluna Almanaque: TOCANDO EM FRENTE
Por Fábio Marques
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setembro 22, 2018
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