No primeiro trimestre de 2019 em Guajará-Mirim (RO), cidade distante a
pouco mais de 330 quilômetros de Porto Velho, sete casos de toxoplasmose
gestacional foram diagnosticados, segundo o Núcleo de Vigilância
Epidemiológica e Ambiental (Nuvepa).
Aborto espontâneo, parto prematuro e má formação no feto, são
consequências da doença. A toxoplasmose é uma infecção causada por um
protozoário que é transmitido através das fezes de gatos e outros
felinos, alimentos ou água contaminada.
Os casos de toxoplasmose são comuns entre mulheres durante a gravidez.
Só no ano passado,13 mulheres foram diagnosticadas com o protozoário Toxoplasma Gondii, que é o causador da doença.
Segundo o levantamento realizado pelo Departamento de Epidemiologia da
Nuvepa, em Guajará-Mirim, em 2016 foram registrados oito casos no
município, nenhum em 2017 e 13 no ano passado. No primeiro trimestre de
2019, sete mulheres já foram diagnosticadas com a doença.
Número de diagnósticos de toxoplasmose gestacional
Número de diagnósticos de toxoplasmose gestacional aumentou no primeiro trimestre em Guajará-Mirim
O protozoário da toxoplasmose também pode se hospedar em homens, e
geralmente é sintomático, podendo causar febre, mal estar e dor de
cabeça. Cerca de 1/3 da população brasileira já teve contato com o
parasita, porém, a doença não se desenvolve, já que a maior parte das
pessoas possuem resistência contra a doença.
Riscos à gravidez
Durante a gravidez a imunidade das mulheres reduz, e como consequência,
ficam vulneráveis. Após o protozoário se hospedar na mulher grávida, a
doença pode gerar problemas a saúde do feto, já que toxoplasmose
congênita pode gerar má formação do bebê.
“A toxoplasmose gestacional possui diversas complicações como o aborto
espontâneo, parto prematuro, má formação no feto, morte ao nascer e a
criança pode nascer com poucos quilos, além disso, quando a doença passa
para o feto ela pode causar espinha bífida, que é um deslocamento na
coluna”, disse a especialista Elaine Ramos da Cruz.
Tratamento e prevenção
Após o diagnóstico da doença, a mulher é submetida a um tratamento que é
realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um médico fará a
prescrição do medicamento e em seguida a paciente passará a tomar o
remédio, que é fornecido pelo SUS.
O uso do medicamento é feito em um determinado período de tempo, que
inicia no diagnóstico da toxoplasmose e segue após o parto.
Como a doença pode ser transmitida pelas fezes de felinos, água e
alimentos que não foram higienizados. A recomendação é que gestantes
evitem o contato com as fezes do animal, e façam sempre o cozimento do
alimento.
Na tarde da última quinta-feira (3), profissionais da área de saúde de
Guajará, participaram de uma formação de prevenção de toxoplasmose e
outras doenças hídricas.
“O intuito desse projeto é trabalhar a prevenção e a promoção de saúde,
em especial, nesse momento, com as gestantes. Vendo que o índice de
toxoplasmose gestacional está alto no município”, disse Elaine Ramos da
Cruz, Chefe do Departamento de Epidemiologia.
Fonte: G1