A soja, que hoje viaja de caminhão até o porto organizado da capital, um dia irá de trem para os portos do Pacífico |
A Associação
Rondoniense de Municípios (Arom) apoia a reivindicação do prefeito de Vilhena,
Eduardo japonês, ao governador Marcos Rocha, para a retomada do debate sobre a
Ferrovia Transcontinental [Rondônia-Peru], em Brasília. Negociações com
autoridades chinesas começaram, mas foram interrompidas pela pandemia, em março
deste ano.
Antes da
pandemia, 70% das exportações de carne bovina e soja de Rondônia destinavam-se
à China, informou a coordenadora de comércio exterior na Superintendência
Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi), Suellen Lemos.
“A luz está
acesa, a tendência é uma melhora geral nas negociações”, ela disse.
Enquanto o
sonho da conclusão do projeto ferroviário não se realiza, o governo estadual,
por meio da Sedi, procura ajudar o governo federal a desembaraçar o atual
sistema de transbordo de cargas na fronteira com o Peru.
“A rodovia
(Transoceânica) é boa, mas o peixe refrigerado, por exemplo, não pode ficar
muito tempo parado, antes de seguir viagem para aquele país”, explicou Suellen
Lemos referindo-se ao sistema fiscalizador peruano em Inãpari, fronteiriça a
Assis Brasil (AC).
No início do
ano, ela esteve na Embaixada do Peru, onde ouviu do próprio embaixador Jorge
Porfirio Bayona Medina a disposição em alinhar alterações legais com os
governadores do Acre e Rondônia, facilitando as exportações. “Há muito tempo,
caminhão brasileiro não pode trafegar naquele país, e em consequência disso, o
demorado transbordo das cargas é feito com reduzida equipe de fiscais, o que
complica a exportação”, disse Suellen.
O prefeito
de Vilhena deve acertar com o governo a retomada da pauta visando à construção
da futura ferrovia Transoceânica. Também conhecida por Ferrovia
Transcontinental [EF-354], ela é fruto do projeto multinacional do Brasil e do
Peru, para conectar o Oceano Atlântico, no litoral brasileiro ao Oceano
Pacífico no litoral peruano.
A ferrovia
atravessaria de Leste a Oeste o continente Sul-americano. Reúne o interesse de
brasileiros, bolivianos e peruanos, porém, depende do bom andamento das
relações diplomáticas e comerciais com a China. O presidente Jair Bolsonaro e o
vice-presidente Hamilton Mourão já estiveram na China e se surpreenderam com as
perspectivas de futuros negócios.
Segundo a
Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), o projeto ferrovia
terá quatro mil quilômetros de extensão. O corredor possibilitaria o acesso ao
Oceano Pacífico, através do porto de Ilo, no Peru, rumo ao mercado asiático e
australiano.
Na gestão de Marcos Rocha, o governo promoveu até agora duas
reuniões com a Câmara de Comércio Brasil China,no Palácio Rio Madeira.
Empresários e autoridades estaduais ouviram palestras e
assistiram a videográficos esclarecedores a respeito da fase de transição
vivida pela China.
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles
Tang, sugeriu a empresários e ao governador a visita de uma comitiva
rondoniense àquele país. Aos poucos, a China reúne condições para se
transformar no maior mercado global da história da humanidade.
Como a renda per capita [por cabeça] do país cresceu muito
de alguns anos para cá, a China se tornou o maior consumidor mundial. No
entanto, precisa terceirizar a fabricação, por exemplo noutros países, o Brasil
entre eles.
Fonte: Secom/RO
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