Coluna Almanaque: AMIZADE E ALGO MAIS

Por Fábio Marques
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Por Fábio Marques

Uma das coisas que mais nos confortam nesta vida é a certeza de ser lembrado. Nestes balanços, aqui e acolá tenho provas palpáveis de que ainda não me encontro tão ao abandono. Nesta semana, por exemplo, tive a satisfação de receber em minha mesa cativa no Boteco do Clóvis o amigo Chiquinho Nogueira, que todos conhecem como Chico Bolinha. Depois de celebrar este encontro com algumas Itaipavas, passamos a colocar as conversas em dia e reavivar lembranças.
Corria o ano de 1982 e éramos jovens, todos em torno de 15, 16 anos. Eu, Chico Bolinha, Glaubério (In memorian) e Luquinhas (In memorian). A gente se reunia nos dias de semana para jantar na Churrascaria Gaúcha, ali a uma quadra da Câmara Municipal, por detrás do Seminário da Igreja Católica. Depois de forrarmos a pança com o farto rodízio servido, a gente se dirigia num taxi fretado para a “Toca do Brito”, aonde, aí sim, se partiria para a batalha figadal contra os efeitos etílicos da Antártica, cerveja da moda à época.
De lá para cá muita coisa aconteceu. Governos se passaram, amigos foram embora, outros se perderam e outros se foram pra nunca mais. Fizemos a campanha para o Chico Nogueira Master para deputado em 1982 e o pai de meu amigo emplacou. Depois fizemos a campanha para prefeito em 1987-88 e o Chico Nogueira se elegeu para administrar Guajará-Mirim. É mister colocar em realce que antes o comerciante do ramo de estivas já havia sido vereador por três mandatos.
Não existe uma única vez em que Francisco Carlos Favacho Nogueira – esta, sua rubrica de batismo, venha a Guajará-Mirim e não procure este escriba, seja para tomar cerveja, colocar as conversas em dia ou somente para relembrar tempos antigos. E sempre na companhia do seu filho Mateus, garoto muito especial e de rara perspicácia e inteligência. O único defeito de ambos: torcerem para o Flamengo.
A amizade é um encontro de almas entre pessoas de bem. Sim, porque os maus têm apenas cúmplices, os interesseiros têm falsas relações, os políticos têm relações de conchavos e os com poder de capital, relações de interesse. Só as pessoas de bem tem amigos de verdade. A amizade de verdade é aquela em que se procura ao máximo dissipar motivos de desunião e se batalha para fazer renascer a harmonia aonde se encontra algum tipo de conflito.
O que procurei transmitir na crônica de hoje foi apenas uma maneira de expressar a satisfação de poder desfrutar da amizade do Chico Bolinha, que considero um pai exemplar, bom marido, excelente chefe de família e cumpridor de seus deveres; amizade esta que se conserva até os dias de hoje. Para que a amizade seja real e efetiva e se prolongar por tanto tempo tem que haver algo em comum que supera o material e permite compartir gostos e opiniões, virtudes e defeitos. Minha amizade com o Chico Bolinha é liberta de interesses e aberta na compreensão e no respeito.
Post-scriptum: esta crônica em forma de homenagem em vida foi escrita em 2010. Infelizmente o amigo Chico Bolinha faleceu na última terça-feira em Porto Velho, vítima do maldito corona-vírus. Que em paz descanse...
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.



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