Coluna Almanaque: SOS BIBLIOTECA MUNICIPAL

Por Fábio Marques

O progresso de qualquer cidade não é medido apenas pelo ritmo de produção de suas riquezas, mas também pelo acesso de sua população à informação e ao conjunto da vida cultural. A situação de abandono da Biblioteca Pública Municipal hoje deprime e envergonha qualquer pessoa que resida nesta cidade e possua um mínimo de cultura e consciência cidadã.

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Passados mais de 15 anos desde a fatídica noite do “dilúvio” que fez com que o madeirame da biblioteca tombasse com forro e telhado na sala de pesquisa - onde graças aos desígnios do destino, este sinistro não teve consequências mais trágicas porque não havia ninguém no recinto - esta construção se encontra ao Deus-dará. Do antigo edifício de estudos e pesquisas acabou restando apenas escombros e entulhos. 
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As quatro funcionárias que zelavam pelo acervo cultural hoje estão cedidas para outros setores da Prefeitura. Os livros, que após o vendaval, ficaram amontoados no piso da sala de recepção, primeiro foram levados para o Centro Cultural, vizinho ao prédio da biblioteca. Muitos se perderam por conta da umidade, da má ventilação e das goteiras. Com a interdição do Centro Cultural pelo Corpo de Bombeiros, estes compêndios aguardam hoje por um local mais propício para desfrute ou pesquisa no andar superior do Museu Municipal. 
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Sem qualquer resposta plausível para este descaso com a coisa pública ou ainda para com o desprezo pela cultura por parte do Poder Público, resta-nos lamentar a omissão da Prefeitura em relação à construção que hoje está servindo de abrigo para marginais, guarda de produtos roubados, além de local utilizado para a prática de atos ilícitos como consumo de drogas e até sexuais.
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É sabido que existe um megaprojeto do Governo do Estado para total reforma do complexo que compreende toda a extensão da Praça Jorge Teixeira, incluindo a biblioteca e um anfiteatro. O que se questiona é o porquê, levando-se em conta que a biblioteca faz parte deste complexo, até os dias de hoje a Prefeitura não dá uma resposta, uma posição qualquer sobre a situação daquele órgão público e se existem condições para reforma ou restauro. 
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O abandono e o descaso com a Biblioteca Municipal é fato e isto tem gerado insatisfação no universo estudantil e na representação dos professores de Guajará-Mirim. É preciso efetuar uma completa reforma no prédio, equipá-lo com material para estudos e discussões, além de otimizar o espaço com novas tecnologias de pesquisas que promovam a interação entre os alunos e este ambiente, fazendo com que a leitura e a reflexão sejam componentes cotidianos de suas vidas.
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A poesia explica: Ficaste dentro de mim como água cristalina. Ficaste dentro de mim como a mulher que mais me amou, como a que mais me cuidou. Ficaste dentro de mim como a doçura feita realidade. Ficaste dentro de mim em minhas células e em minha alma. Ficaste dentro de mim intacta e sem nenhuma expressão de ódio ou decepção. Ficaste dentro de mim com muito encanto, com muita beleza. Ficaste dentro de mim...

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.







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