Fábio Marques
No quadrado do círculo vigente, os seres humanos, salvo honrosas exceções de cabeças pensantes, são obrigados a levarem suas vidas de acordo com crenças que lhes foram impostas, mas que estão em confronto com a lógica racional. A compreensão errada para coisas que os seres humanos não conseguiam entender em épocas ancestrais causaram mais mal do que qualquer outra coisa. Esta compreensão errada foi a nascente que perpetuou a ignorância, a discórdia, as guerras, as cruzadas, as matanças, a miséria, a fome, o medo, a angústia, a depressão. “O ser humano sentiu a necessidade da invenção de Deus para responder ao seu próprio vazio”, sentenciou Nietzsche a respeito.
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Friedrich Nietzsche pregava que o ser humano que não questiona e aceita tudo o que o “Status quo” lhe impõe como verdade absoluta, acredita haver um Deus pessoal e também um diabo pessoal. Nietzsche tinha como costume indagar as pessoas com perguntas tipo: “Quem foi Jesus Cristo para você, além daquilo que a Igreja entupiu no seu raciocínio?”. Para o filósofo, Jesus Cristo era um cara que afrontou e combateu a hierarquia religiosa de sua época e propagou todo um estilo novo para viver que acabou chocando todos os fariseus que o puseram na bolsa de apostas como o Messias que viria para libertar toda a Galiléia da chibata romana.
É mister que se explique uma coisa: No íntimo adoro este cara chamado Jesus Cristo porque ele resolveu questionar toda uma cultura de rebanho da época e por este motivo foi traído por seus amigos, os fariseus (isto é história de fato e não fantasia bíblica). Na minha opinião, este cidadão galileu não passava de um cara pacífico, um cara bom de coração, herói romântico que acabou junto com suas boas-novas, condenado em dois processos políticos – diga-se de passagem e nada a ver com religião – e levado para morrer crucificado.
Este era o cidadão chamado Jesus Cristo. Quanto ao cristianismo, aí já é outra história e não tem nada a ver com este sujeito. Segundo Nietzsche, o único cristão autêntico é o próprio Jesus Cristo. O resto não passa de montagem, fantasia ou especulação que se tornaram escritas para sustentar toda a prática da procissão daqueles que se titularam como porta-vozes da “vontade de Cristo” após a sua morte. Mas Jesus Cristo mesmo, não tem nada a ver com isso.
Pra terminar, este sonhador chamado Jesus Cristo, morreu da mesma maneira como tinha vivido. Não para ser o salvador dos homens, mas sim para demonstrar como se deve viver. E por isto acabou sofrendo toda espécie de calúnias e ultrajes, da mesma forma que alguns tábulas rasas que ao lerem este mal escrito estarão fazendo comigo no instante seguinte à leitura.
Ainda assim espero com estes garranchos, encontrar atalhos nos labirintos de raciocínios de fulanos e beltranos para qualquer dia quem sabe, possamos debater a temática à luz da consciência e ao sabor de algumas Stellas. Os ateus não são más pessoas, são apenas sui-generis.
Feliz Natal!
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.
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