* Por Prof. Marcel Camargo
Existem indivíduos que se ofendem com tudo e com todos, com qualquer
coisa que ouvem ou leem, como se o mundo girasse em torno deles, como se
todos agissem pensando neles, como se a população acordasse e dormisse
se lembrando deles.
Sempre
que expressarmos nossa opinião sobre algo, haverá quem se sentirá
ofendido, quem discordará agressivamente, quem permanecerá em silêncio,
quem distorcerá cada palavra, assim como quem concordará. Cada pessoa
tomará o que dissermos à sua maneira, de acordo com o que possui dentro
de si, e usará nossos dizeres tanto com boas quanto com más intenções.
Isso serve para nos levar a tomar cuidado com o que e para quem dizemos o
que sentimos.
Jamais poderemos conhecer com profundidade todos
que estarão à nossa volta e, mesmo aqueles que pensamos conhecer de
fato, em algum momento poderão fazer mau uso de nossas palavras,
usando-as contra nós, para que possam continuar mentindo em meio ao jogo
de interesses egocêntricos que pautam as suas vidas. Geralmente, quem
se sente ameaçado por nós, sabe-se lá por conta de que loucura que se
passa pela sua mente doentia, tentará nos difamar e sujar a nossa
imagem. É só isso que querem: ver os outros se ferrando.
Da mesma
forma, existirão indivíduos que se ofendem com tudo e com todos, com
qualquer coisa que ouvem ou leem, como se o mundo girasse em torno
deles, como se todo mundo agisse pensando neles, no que eles sentirão,
pensarão, como se a população acordasse e dormisse se lembrando deles.
Sentem-se perseguidos pelo universo, enxergando conspirações em qualquer
roda de conversa, lamentando supostas tramoias que usam para
atingi-los. A estes, portanto, tudo o que dissermos soará a perseguição.
Infelizmente,
muitos de nós nos sentimos mal ao saber que magoamos os sentimentos de
alguém sem ter essa intenção. Por mais que saibamos que não era aquele o
nosso propósito, mesmo que tenhamos a certeza de que não dissemos nada
de mais, ficaremos chateados por ferir o outro. Cabe-nos, nesses casos,
conversarmos com a pessoa, para que o entendimento entre as partes
supere rusgas inúteis, principalmente quando existe carinho nessa
relação.
Como se vê, conviver é um exercício diário, uma vez que lidaremos com
pessoas que vieram de lugares diversos, cujos sentimentos passaram por
experiências únicas, tornando-as, na maioria das vezes, inesperadas em
suas ações e reações. Vale mantermos nossas verdades firmes e seguras,
para que não nos tornemos vulneráveis às afetações e à maldade de gente
que mal sabe o tanto de história que carregamos aqui dentro.
No
mais, quem nos ama pelo que somos jamais acreditará em qualquer um que
tente nos denegrir, ficando junto, oferecendo o seu melhor. E essa gente
com quem podemos contar é que valem – e assim sempre será – cada suor e
cada lágrima de nossos dias.
* Prof. Marcel Camargo