Não tenho porra nenhuma na vida. Quem me conhece de perto é sabedor que além de meu emprego na Câmara e de um ou outro biscate ganhando uma comissão aqui e outra acolá com intermediação de aluguéis de imóveis, não tenho carro último tipo nem casa comprada com dinheiro suspeito. Em suma, não tenho vergonha do dinheiro que de maneira honesta ganho e às vezes faturo. Posso não ter porra nenhuma na vida, mas para compensar tenho meus braços abertos e meu sorriso também.
Todos os dias passo pelo Mercado Público e falo com um monte de gente
sem me importar se me conhecem ou não. Às vezes alguma senhora fica
assustada ao ser saudada pelo meu bom dia, que deve até questionar:
“Quem será esse cara?”. Podem me chamar de qualquer coisa. Jesus Cristo,
Barrabás, Átila, Genghis Khan, Nietzsche ou Adolf Hitler. Mas confesso
que prefiro que me chamem de Fábio Marques. Juro que não vou me
emputecer.
Piloto com vasto trânsito na estrada da dor, rápido me acostumo e me adapto às oscilações e porradas da vida. Por muitos e muitos anos minha humilde cabana esteve de portas abertas para a mentira, a hipocrisia e a falsidade. Atendia aqueles cujas intenções era somente me prejudicar sem saber que não fazia outra coisa a não ser desfilar no meio de víboras e abutres. E os bacanas estavam lá sorrindo comigo, bebendo comigo e comendo churrascos, peixadas, buchadas e feijoadas que eu me comprazia em preparar e servir-lhes.
Mas agora elas é que são elas. Aqui estou mais uma vez tentando me recriar. O homem diante do mundo. E meu mundo é pequeno. Se resume ao meu seleto grupo de amigos de hoje em dia, à minha jornada diária entre o trabalho, a passagem pelo mercado, o Boteco do Clóvis no final da tarde e minha quitinete onde escrevo matérias e artigos para os sites da cidade, ouço música, canto e também choro de vez em quando. Este é o meu pequeno mundo aonde me sinto livre, mesmo que livre-preso. Mas mesmo que livre-preso ainda me acho em melhor posição que muitos presos-livres.
Mobiliei meu espaço apenas com uma mesa de trabalho, uma estante com livros de pesquisa, centenas de revistas antigas e coisas que revivem momentos especiais para mim. Minha quitinete é minha caverna. Claro que hoje, sem brucutus e outros maus caracteres que tive o azar de conhecer durante os anos em que pratiquei o esporte de vencer na vida e que um dia já tiveram a honra de desfrutar de minha companhia.
Hoje pouca coisa me irrita. E uma delas é a lágrima que escorre pelos meus olhos, prova cabal de que ainda não me tornei um ignorante em potencial e posso me apresentar sem nenhuma vergonha à minha poesia, à minha crônica e à minha própria paz interior. Às vezes também preciso de algumas premissas para encontrar a paz necessária para acalmar meus nervos e procurar afastar este fantasma superior às minhas forças para, através do absurdo, conquistar o absurdo.
Esta é a atual orquestra da situação.
Piloto com vasto trânsito na estrada da dor, rápido me acostumo e me adapto às oscilações e porradas da vida. Por muitos e muitos anos minha humilde cabana esteve de portas abertas para a mentira, a hipocrisia e a falsidade. Atendia aqueles cujas intenções era somente me prejudicar sem saber que não fazia outra coisa a não ser desfilar no meio de víboras e abutres. E os bacanas estavam lá sorrindo comigo, bebendo comigo e comendo churrascos, peixadas, buchadas e feijoadas que eu me comprazia em preparar e servir-lhes.
Mas agora elas é que são elas. Aqui estou mais uma vez tentando me recriar. O homem diante do mundo. E meu mundo é pequeno. Se resume ao meu seleto grupo de amigos de hoje em dia, à minha jornada diária entre o trabalho, a passagem pelo mercado, o Boteco do Clóvis no final da tarde e minha quitinete onde escrevo matérias e artigos para os sites da cidade, ouço música, canto e também choro de vez em quando. Este é o meu pequeno mundo aonde me sinto livre, mesmo que livre-preso. Mas mesmo que livre-preso ainda me acho em melhor posição que muitos presos-livres.
Mobiliei meu espaço apenas com uma mesa de trabalho, uma estante com livros de pesquisa, centenas de revistas antigas e coisas que revivem momentos especiais para mim. Minha quitinete é minha caverna. Claro que hoje, sem brucutus e outros maus caracteres que tive o azar de conhecer durante os anos em que pratiquei o esporte de vencer na vida e que um dia já tiveram a honra de desfrutar de minha companhia.
Hoje pouca coisa me irrita. E uma delas é a lágrima que escorre pelos meus olhos, prova cabal de que ainda não me tornei um ignorante em potencial e posso me apresentar sem nenhuma vergonha à minha poesia, à minha crônica e à minha própria paz interior. Às vezes também preciso de algumas premissas para encontrar a paz necessária para acalmar meus nervos e procurar afastar este fantasma superior às minhas forças para, através do absurdo, conquistar o absurdo.
Esta é a atual orquestra da situação.