Cônsul da Bolívia em Guajará diz que situação é preocupante e recomenda cuidado aos brasileiros na fronteira

Cidades bolivianas voltam a ser palco de atos de violência entre manifestantes governistas e opositores.
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O Mamoré
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Cidades bolivianas voltam a ser palco de atos de violência entre manifestantes governistas e opositores. Em La Paz, a tensão se eleva com chegada de líder da oposição, que pretende entregar carta de renúncia a Evo Morales. Confrontos violentos entre simpatizantes do governo e opositores deixaram ao menos uma pessoa morta e 35 feridas na Bolívia nesta quarta-feira, 6. Enquanto isso, em La Paz, vários líderes da oposição tentaram levar pessoalmente uma carta de renúncia ao presidente Evo Morales, mencionando suposta fraude cometida a seu favor nas recentes eleições gerais.

O cônsul da Bolívia no Brasil, Alexander Guzman, que trabalha em Guajará-Mirim, relata que a situação na fronteira é preocupante, pois as manifestações estão provocando perdas econômicas e os prejuízos serão incalculáveis, caso providências não sejam tomadas para normalizar a situação, que ele define como insustentável. “As paralisações vão provocar desabastecimento, crise econômica e emocional, incertezas e perdas para os comerciantes que se beneficiam da fronteira. Uns falam que houve fraude na eleição e outros afirmam que tudo transcorreu honestamente”, disse.

Jacineth da Costa Freitas Lima, sócia proprietária da navegação Guajará, participou de reunião realizada ontem, 6, na Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), na OAB-RO, em Porto Velho. Foram discutidos temas como o tráfico por um porto clandestino que funciona dia e noite na fronteira Bolívia-Brasil e a construção de um porto público. Em seu ponto de vista, sem necessidade, “pois já operamos dentro da legalidade. Mas as autoridades do Brasil nada fazem para coibir o porto clandestino. Os bolivianos deitam e rolam, não pagam impostos, tudo de forma irregular. As policias Militar, e Federal, assim como a Receita Federal, polícia de fronteira, as forças armadas brasileiras não coíbem o tráfico feito ali”, denuncia.

Quanto aos conflitos na Bolívia, relata a empresária, tem trazido muitos prejuízos. “Muito grave mesmo. Fora o descaminho de mercadorias todo dia. Os taxistas e moto-taxistas, todo mundo no prejuízo. Porque tem bolivianos carregando passageiros na carroceria de carros clandestinos”, afirma.

Chama a atenção que a Receita Federal, o Exército, a Marinha, a Polícia Federal, só fiscalizam os que passam pelo porto oficial. Ou seja, quem está ilegal, não é incomodado. Bolivianos dirigem carros ilegais, sem habilitação e ninguém faz nada. Mas, as blitzes contra os motoristas brasileiros são constantes. Temos que tomar alguma medida. Eles inclusive usam barcos e rotas fluviais proibidas, sem nenhum tipo de fiscalização

Na reunião, foram entregues documentos com denúncias para comandante geral da Marinha Brasileira, em Porto Velho. A empresária e demais interessados também se reuniram com a Comissão de Segurança Pública, da Assembleia Legislativa de Rondônia.

À comissão, foram apresentadas a denúncia de operações em portos clandestinos em Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, onde em plena área urbana, há portos clandestinos, onde circulam pessoas, inclusive menores para prostituição, travessia de produtos sem nenhuma fiscalização.

O presidente da Comissão de Segurança, deputado estadual Anderson Pereira, disse que a situação é preocupante. “Não podemos permitir esse absurdo, na nossa cara, e ninguém fazer nada. Vamos aprovar o convite para representantes das instituições federais virem a esta Comissão, para tratar do assunto”, completou o parlamentar.

De um lado, os trabalhadores apoiadores de Evo Morales, presidente reeleito da Bolívia, em primeiro turno, sob fortes denúncias de fraudes do processo eleitoral. De outro, os moradores de grandes cidades se mobilizaram contra os resultados eleitorais. Os protestos duram mais de duas semanas transformando o país num caos. Bloqueios de ruas e estradas em diversos bairros da capital boliviana, La Paz, e também em Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra.

O sindicato de trabalhadores agrícolas fechou estradas em apoio ao atual presidente boliviano. Em Achumani, bairro ao sul de La Paz, os moradores fecharam a principal via com paus, entulho, cordas e até móveis para impedir o trânsito de veículos. Houve conflitos entre motoristas do serviço público que tentavam normalizar o tráfego e manifestantes. A polícia lançou gás lacrimogêneo para dispersar a população local.

O prefeito de La Paz, o opositor Luís Revilla – aliado político de Carlos Mesa, candidato que perdeu para Morales e denunciou a fraude eleitoral – disse à imprensa que o movimento popular é pacífico.

Houve confrontos em Cochabamba entre manifestantes que bloqueavam ruas e os cidadãos que se opõem à medida. Nas cidades de Santa Cruz de La Sierra e em Potosí, houve parada total das atividades mineradoras.

Fonte: expressaorondonia.com.br

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