Coluna Almanaque: UMA QUESTÃO DE CASTA SOCIAL

Por Fábio Marques
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 Por Fábio Marques

Hoje a conversa é com você mesmo amigo leitor. Me diz uma coisa: você é uma pessoa de bem? Ou nasceu filho de pais sem eira nem beira? Vem da ralé? Da pobreza? Você conhece sua cadeia familiar? Seu nome tem tradição na política, nos negócios, na elite da cidade? Aí neste caso você não é uma pessoa de bem, você é uma pessoa de beníssimo, se me permitem a aplicação de um advérbio. Mais ainda: além de ser uma pessoa de bem, talvez o amigo leitor seja também uma pessoa de bens.
Proudhon dizia que toda propriedade é um roubo, mas não vamos complicar. O fato é que hoje em dia nem é preciso ser uma pessoa de muitos bens. Sendo da chamada classe média já está de bom tamanho. Tendo um bem razoável como uma casa própria ou um automóvel último tipo, já passa a ser de bem. De bem com tudo, inclusive com a vida.
Mas se você meu amigo, acabou nascendo pobre, não pôde ter curso superior, “rala” o dia inteiro, não bebe uísque escocês, mas só cachaça vagabunda, não tem tempo para os filhos, vira e mexe a Energisa tá cortando a luz do seu barraco, a sua mulher tem que se virar em tudo quanto é biscate que aparece, a sua filha, você não está sabendo o que anda fazendo neste instante, e por isto também, enche o rabo de cana, aí meu amigo, você tá fudido! E se estiver sem emprego, mais fudido ainda! Se por acaso em uma discussão com um de sua sub-espécie, você o matar, nenhum problema. É só fugir do flagrante e se mudar para outra cidade. Mas se por um acaso você matar uma pessoa de bem, aí você tá lascado. Se depender daqueles que se intitulam os “caras, bacanas e tais” que defendem a lei e a justiça lá deles, você vai direto para o outro inferno, até porque num você já está vivendo desde o dia em que foi parido.
Na opinião de muitos destes metidos, o mundo está cheio de pessoas indesejáveis, prostitutas, marginais e cada vez mais nascendo crianças pobres, sem famílias e propensas à violência. Sem religião, não conhecem os dez mandamentos que Jeová entregou a Moisés, entre os quais o que proíbe matar. E o pior é que estes párias sociais matam. E matam gente de bem. Se matassem apenas aqueles de sua gentalha, tudo bem, mas matam também aqueles que se acham com mais direito de viver do que os outros.

Não meus amigos! Ninguém aqui está querendo fazer apologia à violência e muito menos dizer que a miséria autoriza o crime. Ninguém aqui está querendo fazer qualquer espécie de subversão à ordem vigente. O que se deseja exprimir com estes garranchos é que, se as instituições que fazem as leis e procuram a justiça social não servem para assegurar uma vida digna para a maioria dos cidadãos, então elas não servem mais para porra nenhuma!

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.

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