Eva da Silva Alves, filha e neta de mulheres seringueiras de Guajará-Mirim, defendeu tese de doutoramento pela Univali

Eva da Silva Alves viveu a infância no seringal Rio Novo, atual Reserva Extrativista Barreiro das Antas.
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O Mamoré
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Nessa quinta-feira, 09, Rondônia ganhou mais uma Doutora em Educação. A professora, pesquisadora e produtora cultural Eva da Silva Alves defendeu, no âmbito do Programa de Pós-Graduação Doutorado em Educação, pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) – Dinter com a Faculdade Católica de Rondônia (FCR), a Tese intitulada “Educação escolar nas comunidades rurais-ribeirinhas amazônicas do distrito de São Carlos, em Porto Velho-RO”, sob a orientação da Profa. Dra. Valéria Silva Ferreira (Univali).  

Eva da Silva Alves

Discutindo a oferta de uma educação específica ao espaço rural-ribeirinho do distrito de São Carlos, a professora Eva da Silva Alves contribui para as reflexões acerca dos direitos e garantias básicas dessas comunidades, oferecendo aos acadêmicos, lideranças políticas e professores de nosso Estado um retrato crítico e aprofundado dos cruéis processos de subalternização a que são submetidos os alunos, pais e professores inseridos no contexto das escolas rurais-ribeirinhas amazônicas.

 

Esse olhar crítico e ao mesmo tempo afetivo que a pesquisadora lança sobre essas problemáticas não é fato sem explicação: a trajetória acadêmica desta pesquisadora é, assim como a trajetória dos alunos das comunidades que pesquisou, um exemplo de luta e superação. Eva da Silva Alves viveu a infância no seringal Rio Novo, atual Reserva Extrativista Barreiro das Antas. Filha e neta de mulheres seringueiras, sempre teve imenso desejo de estudar, mas vivendo em colocações de seringais esquecidas pelo poder público, teve seus direitos básicos e fundamentais negados. Por isso, precisou ir morar em Guajará-Mirim para iniciar os estudos.

 

Cursou o ensino regular na Escola Estadual de Ensino Fundamental Durvalina Estilben de Oliveira e o Ensino Médio no Centro de Estudos Supletivos Dr. Cláudio Fialho. No ano de 2012, ingressou no Curso de Letras da Universidade Federal de Rondônia, no Câmpus Jorge Vassilakis de Guajará-Mirim, época em que, sob a Orientação da Profa. Dra. Auxiliadora Pinto, iniciou uma pesquisa etnográfica na RESEX Rio Ouro Preto, que resultou em um artigo intitulado: Linguagem, cultura e identidade: memórias de mulheres seringueiras na RESEX Rio Ouro Preto”. 

 

No ano de 2015, concluiu a Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional, pela Faculdade Santo André. No ano de 2016, ingressou no Curso de Mestrado em História e Estudos Culturais, pela Universidade Federal de Rondônia, que resultou na Dissertação intitulada “Reserva Extrativista Rio Ouro Preto: uma história de resistência”, sendo orientada pelo Prof. Dr. Marco Antônio Domingues Teixeira. Foi aluna bolsista da Capes. A respectiva dissertação, que já trazia em seu corpo de investigação as preocupações que mais tarde seriam revisitadas em sua tese de doutoramento, foi publicada em livro em 2021, sob fomento da Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer - (Sejucel), via Lei Aldir Blanc.

 

Em 2019 inicia seu percurso no doutoramento. Foi aluna bolsista da Faculdade Católica de Rondônia (FCR) e da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (FAPERO). Conclui em 2022, além do doutoramento, o curso de graduação Licenciatura em Pedagogia, pela Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera.

 

Somados aos tão importantes contributos aos estudos acadêmicos, Eva da Silva Alves legou consideráveis momentos à cena cultural de nosso Estado. Como produtora cultural, produziu festivais: cinema, literatura e de artes integradas; produziu lives, escreveu roteiros e dirigiu documentários, além de encontrar tempo para escrever uma trilogia de livros infanto-juvenis centrados nas temáticas amazônicos, ambos lançados em 2021, também custeados com recursos provenientes da Lei Aldir Blanc.

 

A professora Eva é ainda co-fundadora e Membro ativo do Coletivo Vozes e EnCantos Amazônicos, um importante vetor cultural de nosso Estado, com inúmeros trabalhos realizados. Além disso, é Membro do Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas (GEIFA-UNIR); Membro do Grupo de Pesquisa Desafios Socioambientais, Saberes e Práticas na Amazônia (FCR); Membro do Grupo de Pesquisa Interdisciplinares Afro e Amazônicos (GEPIAÁ-UNIR).

 

Assim, enquanto mulher, esposa, mãe, professora, pesquisadora, produtora e amiga, Eva da Silva Alves semeou, e semeia cotidianamente, dedicação na edificação de seus sonhos, firmeza nos objetivos, clareza nos propósitos e paixão nas lutas diárias, vencendo a vida e os desvelos da fortuna com uma bravura que somente nas mulheres de fibra se pode encontrar. Não somente por suas qualidades, que são muitas; não somente por sua história de vida, que é mui digna; tampouco por mais uma conquista em sua trajetória, mas, especificamente, pelo caloroso brilho que irradia daqueles mesmos olhos que tantas vezes se anuviaram em lágrimas pressentido intensas tempestades. Por maior que fossem os desafios, nenhum deles foi capaz de detê-la. Os percalços até aqui trilhados por Eva da Silva Alves dão provas de que a vida acadêmica não é, sob nenhum aspecto, um mar tão profundo assim que não seja atravessável por uma mulher filha e neta de mulheres seringueiras.

Fonte: Asssessoria








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