UNIR: Projeto “Roda de Conversa” enfoca literatura guajaramirense

O evento contou com a participação de quarenta e uma (41) pessoas.
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O Mamoré
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Em meados do mês de julho foi realizada no Auditório da Biblioteca Setorial do Câmpus Jorge Vassilakis de Guajará-Mirim, a primeira “Roda de Conversa” do Projeto intitulado “A literatura guajaramirense em foco: conversas com escritores”. O Projeto é coordenado pela Profa. Dra. Auxiliadora dos Santos Pinto e vice-coordenado pelo Técnico-Administrativo Me. Celielson Aguiar de Brito, tendo como Comissão Organizadora, a Bibliotecária Marília Rodrigues de Assunção, a Profa. Doutoranda Joely Coelho Santiago, a Profa. Mestranda Ester Chao Ojopi Simo, a Profa. Mestrando Eunaia dos Santos Mercado e o Prof. Mestrando Álexy Rodrigo Lima da Silva.

 

O evento contou com a participação de quarenta e uma (41) pessoas.

 

O Prof. Me. Celielson Aguiar de Brito fez a abertura do evento explicando que o objetivo do Projeto é promover, incentivar e difundir a literatura produzida no município de Guajará-Mirim e, em seguida, apresentou uma breve biografia do escritor convidado, Simon Oliveira dos Santos, afirmando que ele nasceu em 27 de abril de 1970, na Colônia Agrícola do Iata, município de Guajará-Mirim/RO.  Ele é graduado em Pedagogia, Especialista em Metodologia do Ensino Superior e Mestre em Ciências da Linguagem, pela UNIR – Câmpus Jorge Vassilakis de Guajará-Mirim. É professor, pesquisador, jornalista e escritor. É funcionário público Estadual e Municipal e Membro da Academia Guajaramirense de Letras-AGL. Autodenomina-se amazônida, “Filho da Ferrovia”.

 

Em seguida, a fala foi franqueada à Profa. Dra. Auxiliadora dos Santos Pinto, que em nome do Prof. Me. Celielson de Aguiar Brito, saudou o escritor Simon Oliveira e todos os alunos, alunas e egressos presentes no auditório. Ela enalteceu a ação desenvolvida na Biblioteca do Câmpus universitário e expressou a alegria e gratidão pela oportunidade de fazer parte da execução de um Projeto, que colocará em destaque obras de escritores de Guajará-Mirim, a Pérola do Mamoré. Também enfatizou que as ações deste projeto poderão incentivar a prática da leitura e contribuir para a valorização de escritores e obras da literatura/regional amazônica.

 

A seguir, registramos um fragmento da fala da Profa. Dra. Auxiliadora Pinto:

“Simon Oliveira é autor das obras literárias: “Trem das almas” e “Causos e contos do berço do Madeira”. Nas referidas obras, o autor reconstitui, a partir da interrelação da literatura com a história e a memória, a história dos povos que contribuíram para a constituição dos municípios Guajará-Mirim e Nova Mamoré, os quais sempre estiveram entrelaçados, desde as suas origens.

 

Para mim, que sou estudiosa da literatura regional/amazônica, é motivo de orgulho compor esta mesa para falar dessa literatura para uma plateia tão seleta e especial: alunos e egressos do curso de Letras. As narrativas que compõem as obras, ora apresentadas, expressam vivências e experiências de homens e mulheres que viveram ou que ainda vivem nesta região, um espaço fronteiriço e amazônico, fortemente marcado pelo imaginário e nutrido pelas simbologias das florestas e dos rios, conforme propõe Paes Loureiro (2014). Nesta ocasião, Simon Oliveira, professor, escritor e filho desta região, se agiganta porque dedicou o seu tempo, seus recursos financeiros e a sua capacidade intelectual para coletar, sistematizar e publicar as narrativas que compõem essas obras. Mas eu diria que ele fez muito mais, porque a partir da escrita ele eterniza histórias acontecidas, as quais estavam guardadas nas memórias de homens e mulheres que contribuíram para o processo de formação das cidades e localidades situadas no Eixo Nova Mamoré/Guajará-Mirim, ou seja: do Berço do Madeira à Pérola do Mamoré. Nesse sentido, quero destacar que escrever é registrar, é salvaguardar essas narrativas para as futuras gerações. É mostrar a grandeza de todos que contribuíram neste percurso histórico tão importante para todos nós.

 

A leitura dos causos e dos contos me fez rememorar as histórias dos seringueiros, dos agricultores, dos comerciantes, dos funcionários públicos, dos garimpeiros, de homens e mulheres que não temeram a escuridão das florestas ou a violência dos rios encachoeirados deste local e, carregando a chama do “progresso”, do sonho de realização pessoal e do desenvolvimento regional, desbravaram este rincão, enfrentando doenças, exploração, conflitos, mortes, e toda a sorte de dificuldades. Deste embate travado sob os densos mantos da floresta amazônica, restaram as memórias, restaram as histórias, que, nestas obras, se revelam. Os livros aqui apresentados, darão a vocês, queridos alunos e alunas, através das memórias relatadas, a oportunidade de reviver os espaços narrados ou de conhecê-los. História e Ficção, Memória e Identidade dos ciclos migratórios durante o processo de constituição da Amazônida Rondoniense, particularmente, dos municípios de Guajará-Mirim e de Nova Mamoré, são apresentados com maestria nos causos e contos produzidos por Simon Oliveira.  

 

Trata-se, também, de parte da sua própria história de vida, a qual confunde-se com a história de seus avós e dos “pioneiros” dos municípios de Nova Mamoré e de Guajará-Mirim/RO. E antes que eu me despeça, quero ressaltar a importância da divulgação desta obra, principalmente, aqui na universidade e nas escolas de Nova Mamoré, Guajará-Mirim e região, pois é imprescindível que os estudantes tenham conhecimento das histórias dos povos que participaram do processo de formação e ocupação da Amazônia rondoniense.” 

 Após a fala da Profa. Dra. Auxiliadora dos Santos Pinto, o Prof. Me. Celielson de Aguiar Brito, iniciou a roda de conversa com o escritor Simon Oliveira, a qual foi norteada pelas seguintes questões:

 

1. Quantidade de obras publicadas pelo autor: (títulos das obras, anos de publicação e editora).

2. Como aconteceu o seu ingresso no meio literário e, consequentemente, na Academia Guajaramirense de Letras – AGL?

 

3. Na sua opinião, há interrelação entre a literatura e a história: produção da literatura em Guajará-Mirim e em Nova Mamoré/RO e o processo de formação Desses municípios?

 

4. Na sua opinião, há relação entre os movimentos migratórios e as vozes e marcas identitárias sociais e culturais dos sujeitos amazônicos? Como elas são expressas em suas obras literárias?

 

5. Na sua opinião, quais as influências dos ciclos migratórios no processo de produção da literatura de Guajará-Mirim/RO e em Nova Mamoré/RO? Esses aspectos são evidenciados em suas obras?

 

6.  Quais sugestões/orientações o autor daria às pessoas que desejam ingressar no cenário literário?

 

7. Qual a visão do autor sobre o mercado editorial em relação ao grande crescimento da produção e venda de livros digitais?  

 

8. Como ocorre a divulgação e vendas de livros no Estado, no Brasil e no Exterior?

 

Após os questionamentos, foi franqueada a palavra à Profa. Doutoranda Joely Coelho Santiago, que parabenizou o escritor Simon Oliveira, pela participação na “Roda de Conversa” e destacou: 

“Eventos acadêmicos com esta temática oportunizam os/as estudantes para conhecerem escritores/as e narrativas da nossa região. Simon Oliveira escreve sobre vivências de outros tempos ao mesmo tempo em que traz, em seus escritos, realidades atemporais. São realidades que, possivelmente, atravessam e/ou atravessarão o/a ribeirinho/a, o/a indígena, o/a seringueiro/a, o seringalista, o/a remanescente de quilombos, os migrantes e imigrantes e etc.

 

Existem múltiplas histórias e realidades que precisamos (re)conhecer e valorizar como parte formadora do que entendemos por Amazônia. Precisamos fazer atenção com o “perigo de uma história única”, como nos ensina a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Os livros didáticos de História, por exemplo, perpetuam uma história única, ou seja, a história dos vencedores, dos heróis que embrenharam mata adentro com a chama da luz e do progresso classificando as populações nativas como atrasadas, pagãs, negativas e inferiores.

Precisamos descolonizar nossos pensamentos e, quando faço essa observação/crítica é no sentido de trazer à discussão outras formas de ser na/da Amazônia. Não falo no sentido de demonizar ou de querer heroificar um ou outro grupo social, mas de trazer outras realidades que também participaram do processo histórico da região: grupos sociais que foram invisibilizados, soterrados e silenciados historicamente e socialmente. Nesse caso, o indígena (que aqui já residia) e o africano (que chegou no processo de diáspora); e assim por diante.


Os causos e crônicas do escritor Simon Oliveira me atravessam, enquanto mulher, remanescente de quilombo e pesquisadora, porque vi meus avós, as histórias que eles contavam, as culturas e as dificuldades que passaram no Vale do Guaporé.

 

Simon Oliveira fala do que viu, do que ouviu e daquilo que ele teve contato, assim como Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras escritoras negras do País, mulher/mãe/catadora de material reciclável da favela de Canindé (SP). Em seu livro “Quarto de Despejo”, Carolina narra sobre a miséria, a fome, a falta de saneamento básico, a violência doméstica e etc. Ela traz a realidade que as famílias faveladas vivenciaram nessa época. Uma obra atemporal, publicada no ano 1960, que traz uma denúncia social sobre a escassez e a falta de recursos, projetos e oportunidades que ainda vivenciam a sociedade brasileira em pleno século 21... Comunidades indígenas e remanescentes de quilombos aguardam a demarcação e titulação de suas terras, herdadas ancestralmente, num contexto que visa apenas a expansão do agronegócio. Veem seus líderes serem assassinados, suas casas incendiadas... Muitas vezes, expulsos de suas terras por grileiros, fazendeiros e etc.; se veem obrigados a irem para a periferia das cidades, já que não tem condições econômicas para residirem nos centros urbanos..

O agro não é pop e muito menos é tudo...

 

Eu parabenizo o escritor Simon Oliveira pelas valorosas publicações! Parabenizo ele, justamente, porque traz outras realidades, uma realidade que só quem vivenciou sabe e saberá narrar. Então, que ele possa nos presentear com mais textos que trazem literaturas históricas e geográficas sobre Guajará-Mirim, Nova Mamoré e áreas adjacentes”.

 Por fim, a roda de conversa foi encerrada com sessão de autógrafos, registros fotográficos.

Fonte: Assessoria

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