Por Fábio Marques
Às vezes penso que Guajará-Mirim é uma cidade parada na história.
Entra prefeito e sai prefeito e a cidade continua na mesmice. O discurso
é sempre o mesmo. As figuras que se alteram dizem que não vão fazer
nada porque não podem fazer, não tem coragem de fazer, não tem
competência para fazer. São incapazes de construir um novo tempo para a
cidade. Enquanto outras cidades do Estado estão voando alto rumo ao
futuro, Guajará-Mirim se arrasta no tempo. A saúde está um horror, as
escolas têm um péssimo ensino, as avenidas sem condições de tráfego, a
sujeira impera em todos os lugares. Este espectro se acentua através da
figura de um prefeito sem carisma nenhum e alguns secretários sem
qualquer qualificação. Neste ritmo, Nova Mamoré vai se tornar um
Eldorado em pouco espaço de tempo, enquanto a ex Cidade-Pérola vai estar
ainda à procura de pessoas capazes de fazer mudanças neste estado de
coisas.
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Uma pergunta: não é crime eleitoral usar
instituições religiosas para fazer campanha? Fazer do culto um palanque?
Utilizar-se dos fiéis que vão às igrejas à procura de Deus, como
recurso humano nas eleições? Misturar Deus com política tem virado
negócio para muita gente metida em algumas casas de orações. Esta
comunhão através da fé que ocorre entre espertos e pobres ingênuos onde
Deus acaba entrando apenas de gaiato, é imoral e nojenta.
Sobrevêm que hoje os pastores são homens de negócios, as igrejas são
suas empresas, a fé é o negócio deles e Deus é o produto em estoque. Mas
como nada aqui é eterno, estes senhores tem muito a se explicar quando
chegarem no tribunal celeste.
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Na atual legislatura da
Câmara Municipal tem vereador que precisa de forma urgente conhecer um
pouco mais sobre as normativas que regulam o Regime da Casa. Sem preparo
político, psíquico, ético e social para o pleno ofício do cargo, tal
cidadão colocou num rolo compressor há alguns dias, todo o aparato
funcional e político da Casa de Leis.
Exercer a crítica faz
parte do livre direito de opinião numa democracia. Por outro lado, esta
crítica só é cabível e saudável quando tem respaldo na construção da
política positiva, ainda que esta crítica esteja sujeita a
incompreensão. Injusta e exposta dentro de um enfoque odioso, acaba
surtindo efeitos os mais danosos e gerando fatos negativos, o que é de
lastimar.
Já dizia o velho deitado: quem tagarela em demasia, saúda eqüinos no período matinal. Portanto, prudência.
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O advento da Internet acabou trazendo um fato novo ao fomentar o senso
crítico das pessoas abrindo o leque de formação de opinião. Isto ocorre
hoje em Guajará-Mirim, o que é bom para a democracia. Quanto mais
pessoas tentando quebrar os padrões do status-quo e querendo passar a
limpo a política local, melhor. Parabéns aos internautas que participam
destes fóruns de debates no Facebook e no Whats app e estão usando estes
espaços com dignidade e vontade de ver esta cidade acertar seu caminho
na política. Portanto, que coloquem suas opiniões os ricos, os pobres,
os brancos, os morenos, os cultos, os analfabetos. Sejamos críticos.
Vamos mostrar que não estamos nem um pouco contentes com os rumos da
cidade e desejar com vontade que podemos colorir nossa história com
tintas mais aprazíveis.
Coluna Almanaque: UMA CIDADE PARADA NO TEMPO
Por Fábio Marques
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setembro 29, 2018
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