O Sintero encaminhou o ofício nº209/2021 ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (ALERO), solicitando audiência com os deputados estaduais e cobrando explicações quanto à declaração feita por um parlamentar durante a sessão de votação do Projeto de Lei que torna a Educação como atividade essencial no Estado, de que os estudantes rondonienses estão sem aulas há mais de 1 ano. O Sintero foi surpreeendido com a votação do projeto por não ter sido envolvido nas discussões, mesmo sendo representante legal da categoria e recebeu com estranheza e preocupação a afirmação dada pelo parlamentar, que demonstra desconhecer os trabalhos e esforços desenvolvidos pelos trabalhadores/as em educação durante a pandemia da Covid-19.
O Sintero já havia posicionado anteriormente contrário ao
Projeto de Lei, de autoria do deputado estadual Eyder Brasil (PSL), por
defender o retorno das aulas presenciais somente após vacinação da categoria, bem como da
comunidade escolar. Entretanto, tomou conhecimento através das mídias sociais
de que estaria sendo excluído do debate, uma vez que não foi notificado formalmente
de que a matéria estaria sendo colocado em votação na Assembleia Legislativa do
Estado de Rondônia (ALE/RO).
O Sintero espera que sua solicitação seja atendida tão logo
e destaca que buscará explicações e uma retratação pública do parlamentar, uma
vez que afirmação foi recebida como uma espécie de insulto aos profissionais da
Educação.
O Sintero esclarece que os trabalhadores e trabalhadoras em
educação não paralisaram suas atividades na pandemia do coronavírus, mas sim
passaram a utilizar o ensino remoto como alternativa diante da nova realidade,
visto que os profissionais estavam impossibilitados de manter o contato físico
com os alunos mediante adoção das medidas de distancimento social como método
de contenção da disseminação da Covid-19. Durante este período, a categoria
teve que se reiventar e dominar as ferramentas virtuais mesmo não tendo apoio
estrutural e financeiro do Poder Público, tendo que custear de forma unilateral
as despesas doméstica que, por sinal, tiveram acréscimo significativo para
todos/as. Além disso, tiveram que fazer aquisição de equipamentos eletrônicos
que não haviam sido planejados, mas que se faziam necessários em virtude do
novo modelo de trabalho. Inclusive, o Sintero relatou toda a situação e
solicitou através de ofícios à ALE/RO, que elaborasse uma Lei, criando um
auxílio pandemia no valor de R$500, com o objetivo de prover assistência
financeira à categoria. Mas, sua reivindicação não foi atendida.
Apesar de não considerar o modelo remoto como ideal, uma vez
que a tecnologia não pode substituir o educador e nem a interação social entre
os estudantes, o trabalho da categoria não pode ser ignorado e classificado
como inexistente, pois foram grandes os eforços físicos, mentais e financeiros
para que a Educação de Rondônia mantivesse o mesmo nível de excelência que
sempre teve. Logo, o Sintero lamenta a postura do parlamentar e solicita mais
reconhecimento e valorização por parte dos deputados estaduais aos
trabalhadores/as em educação, que sempre foram e serão essenciais no processo
de aprendizagem.
O Sintero também
encaminhou ofício ao Governador Marcos Rocha, solicitando o veto do referido
projeto e sugerindo que sejam discutidas em conjunto as normas sanitárias para
a retomada presencial, além da data de retorno, acolhimento da comunidade
escolar e outras questões.
“Nossos companheiros e companheiras estão trabalhando
remotamente desde o início da pandemia, de forma improvisada, sem que houvesse
planejamento coletivo deste trabalho. Ainda assim, não fugimos de nossas
responsabilidades e, por inúmeras vezes, ultrapassamos nossa carga horária para
atender os alunos, pais e responsáveis. Não é justo que nossa categoria sofra
com esse tipo de julgamento. Exigimos uma retratação desse pronunciamento
infeliz”, disse Lionilda Simão, presidente do Sintero.
Fonte: Assessoria