Todas as
crianças alfabetizadas até os oito anos de idade. Essa é a proposta do
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), criado em
2012, pelo Governo Federal que tem a expectativa de atingir essa meta
até 2024. O estado de Rondônia faz parte desse compromisso desde o
início. Uma busca de reverter uma dificuldade histórica na educação por
meio de quatro estratégias: Formação continuada de professores
alfabetizadores, Materiais didáticos e pedagógicos; Gestão, controle
social e mobilização e avaliações.
A Avaliação
Nacional da Alfabetização (ANA), que indica o reflexo do pacto em sala
de aula, este ano será aplicada 14 e 25 de novembro. Em 2015, o
resultado da prova aplicada aos alunos do 3° ano do Ensino Fundamental
apontou que 22,21% das crianças só desenvolveram a capacidade de ler
palavras isoladas, 26,67% não tinham aprendizagem considerada adequada.
Já para os conhecimentos de matemática, esse índice foi de 57,5%. A
avaliação contempla três áreas: leitura, escrita e matemática.
Rondônia está
em segundo lugar na região Norte entre os estados com melhores notas na
ANA , segundo a coordenadora estadual Pacto Nacional pela Alfabetização
na Idade Certa em Rondônia, Sandra Sara Antunes. Esse desempenho é
motivo de comemoração nesta segunda-feira (14), Dia Nacional da
Alfabetização, mas também de reflexão que muito ainda precisa ser feito
para melhorar a educação básica. O exame classifica o desempenho dos
estudantes em cinco níveis, sendo o nível 5 aquele em que se atinge um
grau satisfatório.
No último relatório publicado pelo Ministério da Educação,
a região Norte aparece apenas com 4% dos estudantes classificados no
nível 5 em habilidade na escrita, porém 39% alcançaram o nível 4.
Rondônia teve apenas 3% no nível 5 e 57% no nível 4. Quanto a leitura,
a maioria dos estudantes rondonienses (39%) alcançou apenas o nível 3,
outros 31% o nível 4 e apenas 8% o nível 5. No Estado, mais de 10 mil
alunos estão matriculados no 1°, 2° e 3° ano do Ensino Fundamental.
CAPACITAÇÃO
Durante os
dias 10 e 11 deste mês, educadores de Rondônia participaram da quarta
edição do curso de formações dos orientadores de estudo. A iniciativa
faz parte eixo de ‘‘Formação continuada de professores alfabetizadores’’
do pacto. De acordo com coordenadora estadual Pacto Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa em Rondônia, Sandra Sara Antunes, os
conhecimentos adquiridos durante o curso são repassados aos professores
para aplicação em sala de aula.
‘‘A formação
aconteceu simultaneamente em cinco polos: Porto Velho, Ariquemes
Ji-Paraná, Rolim de Moura e Vilhena. Essa formação envolve educadores da
rede municipal e Estadual de ensino porque o objetivo do programa é que
as ações funcionem articuladamente. Do Estado participaram 48
orientadores de estudo, 18 coordenadores regionais, além da coordenação
local e estadual’’, conta Sandra.
Durante a
capacitação, os educadores compartilham conhecimento sobre temas como
alfabetização tradicional, a literatura infantil e as raízes populares e
a linguagem da arte como estímulo da escrita. Os participantes também
foram desafiados a criar um dicionário multicultural. ‘‘Rondônia tem
mostrado bastante empenho em cumprir com o pacto. Já fizemos vários
seminários e houve exposição de trabalhos desenvolvidos em sala de aula.
Temos colhido bons resultados’’, avalia a coordenadora.
DESAFIOS
A orientadora
de estudos da rede municipal de ensino em Porto Velho, Marina Aparecida
Gondin, aponta que um dos principais desafios é mudar a forma como os
professores trabalham a alfabetização em sala de aula. ‘‘Trabalhar com a
opinião formada de outros professores é difícil, mas eles têm aceitado
bem a proposta do pacto. Ele [o pacto] mostra como devemos trabalhar a
aprendizagem etapa por etapa para alcançar os objetivos’’, afirma Maria.
‘‘Essa
formação que acontece conosco é bom porque compartilhamos experiências e
assim temos a oportunidade de melhorar as ações desenvolvidas em sala
de aula. Esse programa veio em um momento muito importante. Só o fato do
professor acompanha o aluno ao longo das séries já é um grande
diferencial. Eles conhecem as dificuldades do aluno e vai trabalhando a
superação disso’’, considera a coordenadora do Pnaic em Guajará-mirim
Mariza Gusmão.
Fonte: Secom - Governo/Rondônia.