Por Fábio Marques
Campanha é negócio. E quem participa do mercado procura se organizar como qualquer empresa se organiza. Em época de campanha o candidato nada mais é do que um produto que se oferece para a clientela. Por este motivo é que existe toda uma atenção voltada para o marketing do candidato, caso contrário, o “produto” não aparece para os “clientes”.
Nas últimas eleições, infelizmente, tem ganhado quem tem mais dinheiro. Hoje não existem mais ideologias de partidos. Hoje está valendo tudo por uma vitória em qualquer eleição. Os partidos morreram. Só disputa uma eleição quem tem dinheiro. Quem não tem dinheiro acaba perdendo de qualquer jeito. Pode até ser bem votado, mas não se elege. E quando se elege, acaba “fritado” lá adiante pelos “experts” da política. Política hoje é profissão, um negócio.
Também pudera. Quem em seu juízo perfeito gastaria rios de dinheiro numa campanha se não tivesse a garantia do retorno com juros e correção após sua eleição? E isto não está encruado somente na cultura regional. No Brasil inteiro, para se ficar rico rápido e sem nenhuma cultura, está bastando fazer carreira na política, no futebol, no pagode, sertanejo ou no tráfico de drogas.
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O que mais enoja é que o único culpado pela corrupção que envergonha o cidadão, maioria das vezes é o próprio cidadão. A única arma que o cidadão possui para ao menos amenizar a falcatrua reinante é o título de eleitor. Um problema do público votante parece ser ainda diferenciar os políticos que tem boas intenções daqueles que são “tranqueiras”. Outro problema é quanto ao eleitor que não tem gosto nem vocação para a política e permanece indeciso até o dia das eleições e, portanto, aberto às tendências das pesquisas a fim de exercer o voto útil votando em quem as pesquisas disserem que estão nas paradas.
É de indignar o comodismo das pessoas. Todo mundo nas suas casas vivendo suas vidinhas e a se preocupar somente consigo mesmo. Isto é péssimo porque o poder é advindo das pessoas. Mas parece que vivemos numa época em que a atividade dos maus elementos se sobressai sobre a letargia passiva dos bons elementos. Detestam políticos? Ignorância. Porque política sem povo é domínio e aos que se deixam dominar cabe somente obedecer.
Caros leitores, o que se deseja com este artigo é encontrar atalhos para que a ignorância perceba a si mesma e comece a distinguir os melhores de forma racional. Todas as sociedades, em momentos de aperreios através da história, fizeram pactos políticos e sociais a fim de permitir a construção de uma nova sociedade. Estamos passando por um processo político horrível há mais de vinte anos. Mas ainda assim é preciso que as pessoas continuem firmes e convictas com seus ideais e mesmo que não vivenciem esta mudança, é preciso deixar a semente plantada para as futuras gerações.
Se não mudarmos, iremos continuar no abismo em que estamos metidos, reféns do atraso e da ignorância política há décadas.
*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.