O governador Confúcio Moura e o vice Daniel Pereira visitaram os expositores, que contam com apoio de ações desenvolvidas pela Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric), Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater) e da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), por meio da Secretaria Executiva Regional.
Agricultores do município e de Nova Mamoré têm a oportunidade de comercializar alimentos e o artesanato produzido por comunidades indígenas, extrativistas e da cidade. “A ideia da feira é incentivar, fomentar e promover a agricultura familiar, para que nossos produtores possam caminhar, avançar e ter novas perspectivas no campo. A primeira feira trouxe bons resultados”, avaliou Genilda Flores da Silva, secretária executiva regional.
O produtor Valmiro Ferreira Pardinho, 58 anos, disse que a feira é uma oportunidade para divulgar o queijo mussarela que três irmãos e um primo passaram a produzir na agroindústria Nova Prosperidade, inaugurada há quatro anos em propriedade rural no distrito de Nova Dimensão, com produção de três quilos de queijo ao dia. Hoje são 300 quilos diários, e o queijo é comercializado de Guajará-Mirim a Ariquemes. Os indígenas da aldeia do Laje, localizada na região de Guajará-Mirim, também prestigiam pela segunda vez a Feira e estão certos de que o resultado do primeiro evento será melhor ainda na realização desta segunda edição.
Genilda Flores disse que a 1ª Feira da Sociobiodiversidade, realizada ano passado, trouxe como resultado a vitrine tecnológica em processo de instalação no campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir), que passará a capacitar agricultores interessados no plantio de cacau.
“Com pouco mais de um ano, e com a técnica da enxertia, possibilitando cacau de melhor qualidade, o produtor poderá colher frutos”, disse o professor Fábio Casara, chefe do Departamento de Gestão Ambiental da Unir, acrescentando que uma saca de 50 quilos de cacau vale R$ 600 e que há potencial na região. “A vitrine tecnológica trabalha com nove variedades de cacau. Os produtores interessados serão cadastrados, e os envolvidos no projeto fazem gestão para que a Ceplac invista no processo”, explicou.
A engenheira agrônoma, Ana Maria Cavalcanti, disse que a feira dá visibilidade ao produtor. Ela exemplificou o caso de um empresário que comprou três mil mudas frutíferas no ano passado, e realça como vantagem a ausência de atravessador na relação comercial direta estabelecida pelo produtor.
Outra iniciativa positiva que surgiu após o primeiro evento, foi a organização de produtores de Jacinópolis, distrito de Nova Mamoré, para o cultivo de maracujá. Genilda Flores citou uma terceira ação decorrente da feira, necessária para que as entidades participem de editais de acesso a recursos públicos ou de políticas governamentais – a regularização das associações de produtores familiares.
A secretaria executiva regional atua orientando e colaborando com as associações para que sejam constituídas formalmente. Sem documentação adequada, não podem participar do Sistema de Parcerias (Sispar), acessando políticas e recursos por meio de editais do governo de Rondônia.
Manifestando contentamento em participar pela primeira vez da feira da sociobiodiversidade, as estudantes do 2º período de gestão ambiental do campus da Unir, Gleissa Cruz de Souza, Solange Soares Bagasse e Deise Soares Maia, dividiam o espaço do estande da Sedam na tarde de quinta-feira, como voluntárias, distribuindo mudas frutíferas, como ingá, graviola, araçá-boi, cajá e goiaba, entre as dezenas de variedades do viveiro da universidade.
Incumbido de abrir o evento por volta de 16h, o vice-governador Daniel Pereira disse que a Feira de Biodiversidade, em região rica da Amazônia como Guajará-Mirim, com cerca de 98% do território constituído de unidades de conservação, provoca reflexão de como a região deve ser explorada, “causa uma rediscussão” da forma como os seres humanos utilizam a terra e suas riquezas.
Fonte: Secom e O MAMORÉ.