“Desde já quero agradecer e
convidar a todos os amigos e parentes que de uma forma ou de outra
contribuíram para o engrandecimento pessoal e intelectual desse humilde
‘perreché do Guaporé’, para que pudéssemos chegar até aqui orgulhosos
por termos esse reconhecimento público”, disse Alôncio futuro cidadão amazonense agradeceu ao estado que o
acolheu como filho. “Obrigado Amazonas, meu amor. Meu sincero
agradecimento, especialmente ao deputado estadual José Ricardo, eleito
neste pleito o deputado federal progressista proporcionalmente mais
votado em todo o Brasil e que foi o autor da propositura para a
concessão desse honroso título”, enfatizou.
Alôncio de Oliveira
nasceu no seringal Espanhol, distrito de Forte Príncipe da Beira,
município de Guajará-Mirim (RO). Filho de Manoel Abrahão de Oliveira e
de Honorata C. de Oliveira, tem mais dez irmãos, sendo que somente sete
estão vivos. É casado com a filósofa amazonense Vera Lúcia Gil da Silva
Oliveira e é pai do advogado e economista Alôncio de Oliveira Júnior, da
economista Vanja Gil da Silva Oliveira e da bióloga Viviane Gil da
Silva Oliveira, todos nascidos em Manaus, pós-graduados e com mestrados
concluídos ou cursando.
Embora seu pai tenha sido
seringueiro, em seringal herdado da família, “Seo Abrahão”, como era
conhecido era bastante culto, aficionado em leitura e, a exemplo de
outros parentes, como os professores Melchíades G. Oliveira, Isabel
Assunção, entre outros, conhecidos como “os meninos do Guaporé”, foi
educado para ser professor, sob a batuta do Monsenhor Francisco Xavier
Rey, o Dom Rey, religioso muito conhecido na região de Rondônia e Mato
Grosso por incrementar a educação em todo o Vale do Guaporé. O gosto
para as letras e conhecimento científico provavelmente tenha sua origem
aí, pois ainda em tenra idade já demonstrava profundo interesse pelos
livros e com poucos meses na escola já tinha aprendido a ler. Desde a
alfabetização, cursado no extinto Colégio Batista Cepello, seus estudos
foram realizados em colégios públicos, sendo o ensino primário nos
colégios Tamandaré e Simon Bolívar e o antigo curso ginasial no Colégio
Paulo Saldanha, todos ainda na cidade de Guajará Mirim.
Por ser filho de pais humildes,
no início do ano de 1975 veio para Manaus para trabalhar e estudar.
Iniciou o ensino médio no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), mas,
concluiu essa etapa escolar no Colégio Benjamin Constant em fins dos
anos setenta e, já no ano seguinte, foi aprovado no vestibular da
Universidade Federal do Amazonas (UFAM) para o curso de Filosofia, onde
se graduou em 1985. Em 1986, ingressou no curso de Administração também
da Ufam e, em 1992, nova aprovação em vestibular da Ufam, desta vez para
o curso de Direito, onde se graduou no ano de 1995 e se pós graduou, em
1998, em Direito do Trabalho. Antes, porém, entre os anos de 1994 e
1998, cursou outras duas pós-graduações em Administração Universitária e
Direito Educacional. Posteriormente, tornou-se Mestre em Educação,
tendo realizado seu Mestrado na turma de 2011 da Faculdade de Educação
da UFAM.
Foi bancário durante oito anos e
professor da rede estadual de ensino, onde ingressou por concurso
público, em 1982, ano em que também ingressou por concurso público na
UFAM, como Técnico em Educação e, embora tenha obtido duas aprovações
para professor da mesma Instituição, pelo fato de já estar exercendo a
advocacia optou em continuar no antigo cargo. Em 1986 foi aprovado em
certame público para os quadros da Secretária da Fazenda Estadual
(SEFAZ), onde permaneceu até início dos anos noventa. Alguns fatos de
sua vida demonstram seu profundo apego e respeito pela ética, o que,
aliás, está faltando muito no Brasil de hoje. Como exemplo, pode-se
citar seu desligamento dos quadros da SEFAZ, que se deu espontaneamente,
para que não houvesse o acúmulo com o cargo que já ocupava na Ufam.
Outro exemplo de respeito à ética
se deu quando, em julho de 2002, o então presidente FHC sancionou a Lei
nº 10.480, possibilitando que todo advogado que estivesse em exercício
em Procuradorias, Autarquias Federais ou em órgão público que operasse o
direito poderia optar em ser Procurador Federal e, mesmo tendo essa
possibilidade, preferiu não assinar o Termo de Opção, porque entendeu
não ser ético migrar para um cargo para o qual não havia feito concurso.
Desde o ensino médio e,
posteriormente, na Universidade atuou intensamente nos movimentos
estudantis, sendo dirigente dos grêmios estudantis do IEA e Instituto
Benjamin Constant e dos Centros Acadêmicos dos cursos Filosofia e
Administração. Atuou também como dirigente (vice presidente) da
Associação do Servidores da Ufam (Assua) e foi um dos fundadores do
Sindicato dos Trabalhadores na Educação Superior do Amazonas (Sintesam),
onde foi Diretor Jurídico em duas oportunidades e Coordenador interino.
Na seara política, foi Presidente do Partido dos Trabalhadores-Manaus,
no período de 1999 a 2001. No âmbito da Ufam foi Diretor de Legislação e
Normas da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, onde também respondeu
interinamente em inúmeras oportunidades pelo cargo de Pró-Reitor de
Ensino de Graduação. Nesses cargos, juntamente com a saudosa professora
Ierecê Monteiro, reformulou toda a legislação de ensino da Ufam,
adequando-as à nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Aliás,
demonstrando sua preocupação social, antes mesmo da entrada em vigor da
nova LDB, modernizou algumas das legislações educacionais,
possibilitando a criação dos processos seletivos Macro, Extramacro e
Contínuo, que ampliaram e abriram novas vagas para os cursos da Ufam,
beneficiando inúmeros jovens, com seus ingressos em um curso superior já
que, diferente do que ocorre hoje, as vagas nas Universidades Públicas
só foram ampliadas a partir do governo Lula. Ainda como diretor na
Instituição, mesmo contrariando o Ministério Público Federal, foi o
primeiro jurista a dar um parecer jurídico que possibilitou o ingresso
de forma diferenciada de indígenas em cursos de graduação da
Universidade Federal do Amazonas.
Pelos serviços prestados à
população do Estado do Amazonas, foi condecorado com comendas, entre as
quais, Medalha do Mérito, concedida pela Reitoria da UFAM em 2012;
Menção Elogiosa, em 2001, pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação. Tais
elogios constam em sua ficha funcional da Ufam, onde atualmente é
assessor jurídico do Centro de Ciências do Ambiente.
Fonte: Mais RO