Coluna Almanaque: O POETA, PARA SEMPRE...

Por Fábio Marques
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Por Fábio Marques

Existem momentos na vida em que o ser humano avista o caminho que já percorreu e o caminho que ainda haverá de percorrer. São momentos de reflexão em que o ser humano começa a analisar a sua história, seus sonhos, suas desilusões, seus projetos e possiblidades. Aí começa a formular perguntas: valeu a pena? Continuo neste ritmo ou descambo de vez? Apesar de suas amarguras, o poeta encarava o seu dia-a-dia com um infindável bom humor. Conseguia, apesar dos pesares que muito lhe pesavam, rir de si mesmo e das pessoas que convivia e a quem tentava compreender.
Todos os dias, antes de ir para o trabalho, apesar de não ter religião nem Deus no coração, fazia uma pequena oração. Ao contrário dos hipócritas de plantão, o Deus que residia em seu espírito não possuía falsidade no coração. O Deus que habitava sua alma era o Deus que convertia suas lágrimas e derrotas em vitórias e conquistas. O Deus que habitava sua consciência era o Deus da coragem de viver todos os dias apesar de todas as porradas da vida.
Separação é sempre triste e sofrível tanto para um como para o outro. Pior quando envolvem filhos, que acabam sofrendo juntos. Ao separar-se de Lady Duvalier, o poeta professou: - Não somos mais marido e mulher, mas ainda somos pais destes meninos. É preciso antes pensar na vida deles e na ajuda para que realizem suas ascensões em suas carreiras. E acrescentou: - Afora esta questão, ainda podemos ser amigos.
Nesta época, o poeta em seu íntimo, ainda amava Lady Duvalier. Por outro lado também percebia que tanto fazia para madame Duvalier esta circunstância. Sua estampa e seu semblante reluziam a outras miragens e fantasias. Reluziam também a mentiras e enganações. Os olhos do poeta se inundavam de tristeza e melancolia toda vez que seu sentido inato conseguia alcançar a leitura oculta nos pensamentos de Lady Duvalier.
Cansado do mundo e à beira do suicídio, o poeta estava farto tanto das mulheres como da maioria dos amigos. Em sua maneira de enxergar as coisas, as mulheres de hoje viraram escravas de um obsessivo culto à bunda, gastando todas as economias em academias a fim de malharem o corpo em coreografias quase pornográficas para caçarem maridos e amantes. E na contramão, os idiotas dos homens, pela frieza do deserto radioativo de suas almas, se inflamam nos botecos bebendo todas e fazendo discursos acerca de automóveis, fazendas, imóveis, bens de consumo e, lógico, mulheres.
Sabedor que suas opiniões em nada mudariam a maneira de raciocinar de notórios ignorantes e de notáveis senhoras dadas às futilidades medíocres e aos prazeres vulgares de suas vidas vazias, o poeta resolveu se recolher ao estado de graça e desgraça ao qual se achava.
Até que numa esplendida manhã de domingo decidiu estourar seus miolos com um balaço certeiro de uma pistola Taurus 380. Como por coincidência, seu enterro ocorreu no dia de seu aniversário, em meados de Novembro.
Que descanse em paz...

*O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Mamoré não tem responsabilidade legal pela "opinião", que é exclusiva do autor.








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